Ouro: Construção de mina no Alentejo "pode começar em 2013"

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A empresa canadiana Colt Resources admite ser possível começar a construção de uma mina de ouro perto de Évora em 2013, e iniciar a extração já em 2014.

A estimativa inicial de recursos a furos na concessão da Boa Fé (depósitos da Chaminé e Casas Novas, a oeste de Évora) leva Declan Costelloe, diretor de operações da Colt, a considerar este cenário "razoável".

"Poderemos começar a construção ainda em 2013. É concebível que em 2014 já houvesse produção. Nada está garantido por agora, mas esse cenário é razoável", disse o engenheiro irlandês numa entrevista à Lusa.

Segundo a estimativa da empresa independente SRK Consulting, o teor médio de ouro é de 1,57 gramas por tonelada em dois depósitos da concessão da Boa Fé, o que implica a existência de 214 mil onças (seis toneladas) de ouro.

"Isso tudo só nesses dois depósitos", diz Costelloe, que considera este resultado muito promissor: "Mesmos nesses não achamos que as 214 mil [onças] sejam o fim do filme."

No entanto, o diretor da Colt adverte que a prospeção "é uma tarefa complexa que não se pode fazer depressa".

Costelloe frisa que ainda será necessário um "estudo de viabilidade" para determinar os custos do processo de extração; só depois é que será possível determinar "as possibilidades económicas da extração".

A extração de ouro é um processo complexo. O ouro não é detetável à vista desarmada já que está "preso" em formações rochosas. A sua exploração é onerosa. Depósitos como os da Boa Fé só se tornaram economicamente viáveis com os preços atuais do ouro, acima de 1.500 dólares por onça (uma onça equivale a 28,3 gramas).

Há mais de uma década que é estudada a possibilidade de explorar ouro nesta região do Alentejo. O projeto atualmente é detido a 100% pela Colt - a empresa australiana Iberian Resources, que também fez prospeção na mesma zona, já não está envolvida, disse Costelloe.

"As empresas anteriores mostraram-nos o caminho. Nós acrescentámos valor, começámos onde eles pararam e fizemos mais furos; já perfurámos o equivalente a seis quilómetros" na concessão, prossegue o diretor de operações da empresa canadiana.

Para lá da Boa Fé, a Colt tem outros projetos de exploração de minérios em Portugal, incluindo os de Armamar (tungsténio), Penedono (ouro) e Montemor-o-Novo (ouro).

A empresa é sediada no Canadá, mas quase toda a sua atividade está em Portugal. Uma "percentagem significativa" dos investidores da Colt são alemães.

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