África 2025 - Tendências

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O espaço é curto, pelo que seremos telegráficos no desenvolvimento dos três temas:

Primeiro, uma “nova-velha” geopolítica, no sentido em que a tomada de posse de Trump, faz as lideranças africanas projectarem um isolacionismo americano, mais tarifas e, as escolhas prospectivam-se entre a “velha Europa” e os “novos BRICS”. Nesse sentido, a presidência sul-africana do G20, este ano, certamente facilitará “os bastidores onde tudo é cozinhado”, antes de ser dado como adquirido. E, conforme disse recentemente a este propósito Donald Kaberuka, antigo presidente do Banco Africano de Desenvolvimento, “África e Europa não devem trabalhar as implicações de um Trump 2.0 para os respectivos continentes - antes, deveriam vê-lo (o cenário) como um momento de lucidez e pressionarem no sentido de efectuarem as reformas nas suas agendas internacionais”. Espera-se uma diversificação das alianças internacionais em África;

Segundo, alterações climáticas. Este é actualmente o grosso dos cadernos de encargos, nos projectos de investimento/desenvolvimento económico, de quem investe em África, vindo de fora ou não. Por outro lado, as mais fortes chuvadas do último trimestre em zonas do deserto do Sahara, criou lagos/oásis há séculos secos, dando agora perspectivas diferentes sobre o futuro sahariano e saheliano, na “cascata consequente ao alagamento da areia”. Água trás vegetação, que atrai vida selvagem, fertilizadora de uma nova terra que vai ganhando potencial para ser “domesticada” e produtiva! Ou seja, há aqui um potencial desconhecido com provável futuro distópico até aqui. Um deserto mais picotado com pontos de água, que se tornarão em “pontos de luz”, de vida, de desenvolvimento para estas “populações do inóspito”;

Terceiro, a transição energética é o calcanhar-de-Aquiles de qualquer soberania africana com vastos recursos minerais. Ou seja, é África que sustenta a transição energética no Ocidente, significando isto um valor acrescentado para as economias locais. Também aqui se prevê uma maior adesão e até vulnerabilidade aos investimentos vindos do Golfo, “com dinheiro vivo”! Fruto da nova velocidade da informação e da difamação, os actores Ocidentais já não menosprezam desperdício e “derivas ambientais”. É nesse sentido que nos últimos 18 meses, EUA, Canadá, Austrália, Japão, Coreia do Sul e UE e Reino Unido, alavancaram a Minerals Security Partnership (MSP), para a diversificação do fornecimento de minerais críticos, promovendo investimentos na extracção/processo, refinação e reciclagem. Uma nova rede de financiamentos MSP, coordena actualmente 32 projectos de minerais críticos, na perspectiva de melhoria dos padrões da governança, do desenvolvimento social e da melhoria do ambiente.

Perante isto, temos de manter a esperança em África e nos homens em 2025!

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Escreve de acordo com a antiga ortografia

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