Os desportos de neve, como o esqui e o snowboard, são muito populares nesta altura do ano. Apesar de toda a adrenalina que proporcionam, apresentam riscos específicos, nomeadamente para o ombro e para o cotovelo. Quedas, impactos ou movimentos bruscos podem implicar lesões nestas articulações, que, quando não são tratadas adequadamente, comprometem não só a função a curto prazo, mas também podem ter implicações nas atividades da vida diária, ao longo do tempo.Nestes desportos, a tendência é para apararmos as quedas com a ajuda do membro superior, provocando muito frequentemente lesões. Ao nível da articulação do ombro, podem ocorrer fraturas e luxações. Entre as mais comuns, encontramos a luxação do ombro, que ocorre quando a cabeça do úmero, o osso do braço, sai da sua posição normal na cavidade do ombro, causando dor intensa, incapacidade de mover o braço e deformidade visível.Também são frequentes as lesões da chamada “coifa dos rotadores”, um grupo de músculos e tendões que estabilizam o ombro e podem sofrer rupturas parciais ou completas, manifestando-se com dor ao elevar o braço e fraqueza muscular. Outro problema recorrente são as fraturas da clavícula, muito frequentes em quedas sobre o ombro, que provocam dor localizada, inchaço (edema) marcado e dificuldade de movimentação.O cotovelo, apesar de menos exposto do que o ombro, também sofre lesões específicas nos desportos de neve. As fraturas da “cabeça do rádio” acontecem quando se cai sobre a mão estendida, causando dor ao rodar o antebraço e a limitação dos movimentos. As entorses ligamentares ocorrem quando os ligamentos que dão estabilidade ao cotovelo esticam ou rompem, resultando em dor, inchaço e instabilidade articular. Em casos mais graves, pode ocorrer uma luxação do cotovelo, quando os ossos saem da sua posição normal, exigindo intervenção médica imediata.A prevenção destas lesões começa antes mesmo de chegar à neve, com uma preparação física adequada, fortalecendo os músculos dos ombros, braços e antebraços meses antes da temporada. É fundamental utilizar equipamento adequado, com proteções específicas, e certificar-se de que tudo está ajustado corretamente. Aprender a técnica correta também é essencial, pelo que é recomendável ter aulas com profissionais qualificados, para dominar as técnicas básicas e aprender a cair de forma segura. Por fim, é crucial respeitar os próprios limites, evitando pistas ou manobras acima do seu nível técnico e parando a atividade aos primeiros sinais de fadiga.Quando estas lesões ocorrem, é importante procurar assistência imediata, mas aconselha-se, também que, no regresso a casa, recorra a uma consulta com um especialista diferenciado no tratamento do ombro e do cotovelo, para uma reavaliação. A abordagem deve ser sempre única e focada nas necessidades específicas da pessoa, com o intuito de devolver a confiança necessária para voltarem a desfrutar da sua vida diária e desportiva.