Saiba como tratar os problemas com o equilíbrio
Quem nunca sentiu a sensação de "andar de barco", "cabeça a rodar" ou "sensação de queda"? Estes sintomas são muito frequentes e, ao mesmo tempo, causadores extremos de ansiedade, porque retiram qualidade de vida: no caso da vertigem, por vezes, as pessoas referem mesmo uma sensação de "morte iminente" nos casos mais severos.
A vertigem é uma sensação de movimento, presente em muitas situações clínicas. A tontura, sensação de “andar de barco" ou de desorientação espacial e o desequilíbrio, sensação de instabilidade ou risco de queda, são sintomas que, muitas vezes, vêm associados à vertigem, mas que podem apresentar-se de forma isolada. São acompanhados de náuseas e vómitos, o que limita muito a pessoa. A variedade de causas para estes sintomas dificulta o diagnóstico e o posterior tratamento.
A consulta de vertigem e desequilíbrio, realizada por um especialista diferenciado na área, pretende realizar um diagnóstico correto apoiando-se no histórico do doente e na exploração clínica, sendo que, por vezes, também são necessários alguns exames complementares.
É muito importante definir este sintoma: se é o primeiro episódio ou se é algo recorrente. É também relevante saber qual o tempo de duração dos sintomas, uma vez que este é indicativo da patologia que poderá estar em causa. Por vezes, a vertigem é acompanhada de perda auditiva, dor de cabeça ou sons percebidos no ouvido ou na cabeça sem fonte externa (acufenos), entre outras queixas associadas, o que será um indício importante para o diagnóstico da situação.
Em relação à avaliação que o médico realizará, é importante explorar o chamado “reflexo vestíbulo ocular” – essencial para a estabilização do olhar durante os movimentos da cabeça – através de equipamentos como lunetas de Frenzel ou a chamada videonistagmoscopia. Avalia-se também com estes equipamentos os movimentos oculares numa série de provas como, por exemplo, a manobra de Dix-Hallpike – que ajuda a diagnosticar a vulgarmente conhecida "doença dos cristais". Exploramos ainda o reflexo vestíbulo-espinal, que ajuda a manter o equilíbrio ajustando a postura e os movimentos do corpo, ao caminhar ou ficar em pé, realizando uma série de provas de equilíbrio estático e dinâmico como a marcha.
Os exames adicionais mais frequentes são o audiograma, para avaliação da função auditiva, a videonistagmografia, para avaliação do reflexo vestíbulo-ocular e movimentos oculares, o vHIT (Video Head Impulse Test), para avaliação do reflexo vestíbulo-ocular, e a posturografia, para a avaliação global do equilíbrio com todas as informações sensoriais envolvidas. Estes exames diferenciados complementam a abordagem clínica para chegar a um correto diagnóstico.
Uma vez estabelecido o diagnóstico, o médico irá aconselhar a estratégia terapêutica mais apropriada para o doente, que poderá passar por tratamento farmacológico, a execução de manobras reposicionadoras de cristais, a reabilitação vestibular, através de exercícios para melhorar o equilíbrio e reduzir a vertigem, o tratamento intra-timpânico – para tratamento de doença de Ménière ou acufenos – ou a cirurgia.
Assim, podemos dizer que, atualmente, a vertigem, a tontura e o desequilíbrio têm uma resposta muito eficaz na maior parte dos casos, desde que sejam bem diagnosticados. Para que isso aconteça, é fundamental recorrer a uma consulta específica de vertigem e desequilíbrio, onde será avaliado por um profissional especialmente dedicado à área.