O Diário de Notícias celebra hoje o seu 160.º aniversário e a edição que hoje chega às mãos dos nossos leitores procura assinalar essa importante data com a análise do que podemos esperar no próximo ano na política, na sociedade, na atualidade internacional, na economia, no desporto e na cultura. Temos também uma entrevista exclusiva com o primeiro-ministro Luís Montenegro (a primeira a um jornal, desde que iniciou funções), uma grande reportagem da jornalista Fernanda Câncio e outros artigos que abordam os grandes temas que vão marcar o ano de 2025. No entanto, esta edição é apenas o tiro de partida para um conjunto de iniciativas para assinalar o 160.º aniversário do DN ao longo do próximo ano e que vai incluir uma grande conferência no dia 17 de janeiro, bem como outros eventos que estarão abertos à participação dos nossos leitores, parceiros e anunciantes..O DN é um projeto jornalístico voltado para o futuro, mas que procura permanecer fiel aos valores que herdou dos seus fundadores. Quando nasceu, a 29 de dezembro de 1864, o Diário de Notícias trouxe para Portugal o jornalismo moderno, industrial e de massas, que já existia em países como o Reino Unido ou a França. O “programa” impresso na sua primeira edição, escrito pelo fundador Eduardo Coelho, era revolucionário para o seu tempo. Primeiro, anunciava que era um jornal “de todos para todos”, para pessoas de todas as “condições, classes e partidos”, com uma linguagem “decente e urbana”. Depois, numa altura em que o jornalismo doutrinário constituía a regra, o DN garantia que não discutia política nem sustentava polémica. E, por último, deixava claro que foi criado para procurar chegar o mais perto possível da verdade, deixando os seus leitores pensarem pelas próprias cabeças. De resto, o “programa” referia que o DN nasceu para “registar com a possível verdade todos os acontecimentos, deixando ao leitor, quaisquer que sejam os seus princípios e opiniões, o comentá-lo ao seu sabor”..É espantoso como, 160 anos depois, este documento permanece válido como uma bússola para quem procura construir o DN do futuro. Mais do que nunca, numa altura em que a imprensa enfrenta importantes desafios e em que a sua própria sobrevivência pode estar em risco, é importante recordar a razão pela qual existimos. No caso do DN, não pode haver dúvidas: tal como refere o seu manifesto de 1864, existimos para servir os nossos leitores com jornalismo de qualidade, rigoroso, independente e isento, para que possam tomar decisões esclarecidas na sua esfera pessoal, cívica ou profissional. Era aqui que residia o valor do nosso jornalismo em 1864; e aqui continua a residir nos dias de hoje..O DN do futuro será cada vez mais digital e multimédia - este será, de resto, o nosso último número em papel a um domingo, uma vez que em janeiro deixaremos de ter edição impressa aos fins de semana -, mas o jornal permanecerá fiel aos seus valores e princípios fundadores..Nos próximos dias e semanas vamos lançar uma nova oferta digital, com uma edição online renovada, podcasts e outros conteúdos em áudio e vídeo, que permitirão, entre outras coisas, chegar a novas audiências. Porém, o mais importante não são os suportes ou os formatos que utilizamos, que devem mudar, de forma natural, à medida que a tecnologia e os hábitos de consumo evoluem, mas sim nunca esquecer a razão pela qual existimos: servir os nossos leitores, fazendo jornalismo. A todos os que nos leem e apoiam, muito obrigado. Contem sempre com o Diário de Notícias.