Queda na popularidade, Trump mais manso?
A Forbes, citando uma sondagem do New York Times / Siena, – na qual Trump tem uma taxa de 42% de aprovação e 54% de reprovação – refere que a maioria dos americanos considera a atual presidência Trump “assustadora” e “caótica”. De acordo com o prestigiado Pew Research Center (PRC), 59% [dos 3.589 inquiridos numa sondagem realizada entre 7 e 13 de abril (margem de erro de 1,8%)] desaprovam o desempenho de Trump, e apenas 40% o aprovam – um declínio de 7% na sua taxa de aprovação desde fevereiro.
A sondagem Washington Post-ABC News-Ipsos também mostra uma queda de 6% na sua taxa de aprovação desde fevereiro – em 25 de abril 39% aprovam o desempenho do presidente (45% em fevereiro) e 55% desaprovam-no (53% em fevereiro).
Na sondagem Economist/YouGov, 43% dos inquiridos aprovam Trump, contra 55% que o desaprovam. A sondagem da Fox News dá a Trump uma taxa geral de aprovação de 44% (38% na economia, 33% na inflação e 33% nas tarifas), contra 55% de desaprovação. Na política externa também só obteve 40% de aprovação.
Embora as questões económicas pareçam ser mais relevantes, existe também uma forte reprovação em questões estruturais num estado de Direito; p. ex., 78% dos inquiridos pelo PRC dizem que a administração Trump deve respeitar a decisão de um tribunal federal, aumentando para 88% se o Supremo Tribunal emitir a decisão.
Até agora, a queda de popularidade de Trump decorre de tiros nos pés – enorme incerteza e instabilidade geradas pelo aumento significativo das tarifas que impôs unilateral e ilegalmente (os acordos internacionais são para cumprir), guerras comerciais daí advenientes e ataques ao presidente da Reserva Federal, cujo afastamento advogou (ilegal face ao estatuto de independência de que os governadores do Fed gozam).
As sondagens referidas e a acelerada erosão das taxas de aprovação das suas políticas forçaram Trump a recuar em toda a linha. Diz já não querer afastar o presidente do Fed e afirma ter grande disponibilidade para negociar uma redução significativa das tarifas que impôs, incluindo as elevadas tarifas aplicáveis a produtos da China. Todavia, não as elimina, continua a insistir na sua necessidade para a reindustrialização dos EUA e a querer utilizá-las para forçar o pagamento de tributos por outros países. Ninguém tem dúvidas de que esta “mansidão” de Trump não só é temporária como é falsa. As semanas passam sem que se vislumbre um único dos “big and beautiful deals” e uma delegação do Japão regressou ao país porque os negociadores do governo americano não paravam de mudar as propostas. A volubilidade e a ineptidão de Trump certamente agravarão a incerteza e a instabilidade na economia e nos mercados. É bem possível que este “tremendous businessman”, que declarou falência seis vezes nos seus negócios, nos arraste para uma recessão global.