Promover a Diplomacia da Paz
A Mafra Dialogues, uma iniciativa internacional do IPDAL, serve para se promover a Diplomacia da Paz e a Prevenção de Conflitos.
Somos desde logo acompanhados pela Câmara Municipal de Mafra através do seu presidente Helder Sousa Silva. O que faz todo o sentido. Nada é mais adequado do que fazer esta iniciativa sobre Diálogo para a Paz no Convento de Mafra onde coexistem em perfeita concórdia, desde sempre, os poderes Civil, Militar e Religioso. E são exatamente estes três poderes - o civil, o religioso e o militar - que podem evitar as guerras e construir a Paz.
Nesta iniciativa do Mafra Dialogues temos a presença, desde a primeira edição, da Santa Sé. Este ano com uma mensagem especial do secretário de Estado do Vaticano para as Relações com os Estados. Também contamos com a presença do ministro da Defesa do Brasil. Ter o Brasil nesta iniciativa, que fala de Paz e que fala de prevenção de conflitos, é ter um ator mundial dessa Paz. O Brasil, desde há muito, tem como princípio estar a bem e ter relações com todos os países do mundo. O Brasil usa as suas forças militares também para liderar Missões de Paz. O exemplo recente no Haiti foi flagrante.
Também somos acompanhados no Mafra Dialogues pelo KAICIID, que é uma instituição fundada precisamente para promover a interculturalidade e o diálogo inter-religioso. Com sede em Lisboa o KAICIID tem no continente africano, por exemplo, iniciativas que promovem a Paz impedindo a guerra e evitando a morte, o sofrimento e a miséria a milhões de pessoas.
Do continente africano teremos o testemunho presencial do senhor cardeal Dieudonné Nzapalainga. Trata-se de uma das vozes mais escutadas e mais respeitadas do continente africano. Também teremos a Susana Malcorra, que foi ministra dos Assuntos Exteriores da Argentina e candidata a secretária-geral das Nações Unidas, agora em representação do International Crises Group. Vamos contar também com o presidente da União Interparlamentar, que é uma das mais antigas instituições multilaterais e que reúne os Parlamentos de quase todos os 195 países do mundo. Também teremos o embaixador Emílio Cassinelo, que é um prestigiado diplomata espanhol, responsável pelo Centro Internacional de Toledo para a Paz. Um Centro que investiga e estimula processos de Paz em todo o mundo.
Outras personalidades e presenças neste III Mafra Dialogues que merecem destaque o Institute for Economics and Peace, o senhor presidente de Timor-Leste Ramos Horta, a senhora ministra da Defesa de Portugal, a assistente do secretário-geral das Nações Unidas para os Processos de Paz, a dra. Mónica Ferro, o diretor-executivo do Centro Norte-Sul do Conselho da Europa, o rabino Daniel Goldman, co-presidente do Instituto de Diálogo Inter-religioso da Argentina, o diretor-sénior do Programa de África do KAICIID e o antigo enviado especial do Canadá para a Organização para a Cooperação Islâmica.
O Mafra Dialogues é uma iniciativa que estimula a diplomacia e a prevenção de conflitos e que não esquece, obviamente, aqueles que vivem momentos de enorme sofrimento devido à guerra. É por isso que vamos ter presente, novamente este ano, a questão da brutal e inaceitável invasão das forças militares russas contra o território soberano da Ucrânia e contra o Povo ucraniano. Defender a Carta das Nações Unidas, defender a Soberania Nacional da Ucrânia e defender o Povo ucraniano é estar no lado certo da História. Não existam dúvidas quanto a isto. Mas devemos ir mais longe. Devemos, dentro das nossas possibilidades e consciências, apoiar as forças de defesa ucranianas que resistem ao invasor. Isso não é incompatível - bem pelo contrário! - com a nossa dedicação a uma solução que ponha um ponto final a esta brutal e inaceitável guerra. Neste encontro do Mafra Dialogues a questão ucraniana estará em cima da mesa. Como é normal. Vamos ter a representante especial para a Segurança Humana da NATO. A NATO que é precisamente uma organização de defesa militar, mas também, e não menos importante, uma organização de defesa de Valores. Dos nossos Valores. Estará também connosco a diretora do Programa de Estudos de Segurança do Ucranian Prism.
Mas no Mafra Dialogues não falamos só de África, da Europa ou das Américas. Falamos também da Ásia, por se tratar de uma região com conflitos locais, com milhares de refugiados e com algumas zonas de enorme tensão regional. É por isso que apelamos sempre ao diálogo. Fomentamos o diálogo, o respeito por todos os territórios e o respeito pelos Povos escolherem livremente, e em democracia, os seus caminhos sem pressões ou ameaças externas. É oportuno termos, também este ano, a presença da questão de Taiwan, que tanto nos motiva quando falamos em Paz e quando falamos na necessidade de Diálogo. Diálogo e Paz que são as soluções civilizadas para resolvermos os grandes problemas globais.
Presidente do IPDAL - Instituto para a Promoção da América Latina