O Chrome mudou. Não deu por isso?
Desde esta terça-feira à noite que o seu Google Chrome está a tentar atualizar-se. Se ainda não o fez, vai fazê-lo em breve. Para o confirmar, vá pf ao menu (os três pontinhos) no canto superior direito, vá a Ajuda e clique em Acerca de.
Vai abrir-se uma tab nova e vê logo a versão instalada. Se for a 87, está a usar a mais recente. Se não for, o programa deve estar a pedir-lhe para ser reiniciado, para acabar a atualização. Faça isso, agradeço-lhe. Eu espero.
Se já está há várias horas a usar o último grito do navegador da internet mais utilizado no Planeta e não deu absolutamente por diferença nenhuma, não se sinta mal. É que apesar dos enormes ganhos de performance que a Google reclama, no mundo real eles não são lá muito percetíveis.
Comecemos pelos números da Google (do comunicado oficial):
O novo Chrome (para Windows) "é 25% mais rápido no arranque e 7% mais rápido a abrir páginas novas".
Wow! 7% mais rápido...
Ironias à parte, há no entanto uma mexida que justifica menção -- e a leitura deste artigo, espero: a melhor gestão de recursos do computador quando há várias tabs abertas em simultâneo.
Afirma a Google que a re-afinação que fez no motor do browser permite que este mantenha as tabs que não estão a ser utilizadas "adormecidas" durante mais tempo, o que possibilita uma utilização do processador cinco vezes menor e, consequentemente, um ganho de "1,25 horas" de tempo de bateria.
(Como sempre, estes tempos têm de ser lidos com muita, mesmo muuuuita, ponderação e boa vontade. Diz a Google que os testes foram feitos com um MacBook Air de 2020 com um processador Intel i3. Claro que o ganho de bateria na "vida real" depende de múltiplos fatores, incluindo o que o computador estiver a fazer em background ao mesmo tempo que o browser estiver ligado, por exemplo.)
Este "adormecimento" das páginas que não estejam em primeiro plano não interfere -- garantem eles -- na capacidade do navegador em realizar atividades como mostrar notificações ou fazer outras pequenas atualizações de segundo plano. Pela minha experiência, têm razão, funciona.
Há ainda mais algumas mexidas mas são muito técnicas. Refiro apenas uma, que dirá talvez alguma coisa às antiguidades como eu: nesta versão do Chrome dá-se uma machadada gigante no suporte a ftp (o processo tinha começado na versão anterior, mas agora é a doer). Isto porque metade da base de dados suportada deixou agora de ser reconhecida e, em janeiro, com o Chrome 88, serão anulados os outros 50%.
SIm, já ninguém usa File Transfer Protocol para trocar ficheiros, muito menos em browser. Ou se usam, não deviam. Sim, o Firefox já acabou com isso em junho. Mas pronto, é mais um bocado da história da internet que passa... à História.
E, como tudo o que acaba, não deixa de fazer um bocadinho de pena.