Desde novembro do ano passado que o debate sobre o apoio do Estado à comunicação social (media) tem sido chamado à atenção dos Portugueses de forma mais institucional..O Presidente da República, o Presidente da Assembleia da República e o Primeiro Ministro têm dado o seu contributo. É o pluralismo e a diversidade da informação e do jornalismo que justificam que o Estado se deva preocupar com a sustentabilidade das empresas de media, cumprindo assim a Constituição da República Portuguesa que define desde 1976 a liberdade de Imprensa (que cabe ao Estado assegurar) como sendo o conjunto das atividades jornalísticas e editoriais. Sem este conjunto não existe liberdade de Imprensa (que, lembro sempre, é complementar da liberdade de expressão e do direito à informação e a ser informado) que (estafada frase) é um dos pilares da Democracia Portuguesa, e também da visão europeia de Democracia e reconhecida pela Declaração Universal dos direitos do Homem desde há 70 anos..A discussão sobre o papel do Estado em relação aos media, surgindo pontualmente, centra se, quase sempre, na perceção de que quem recebe o apoio do Estado deixa de ser independente e autónomo. .Contudo, a Constituição da República Portuguesa, dispõe, desde a revisão de 1989, que o Estado deve assegurar a liberdade e independência dos media, tratando-os e apoiando-os de forma não discriminatória, o que é exatamente o contrário daquilo que temem os defensores da tese da perda de independência face aos apoios do Estado, e fornece também as ferramentas necessárias para que todos possamos verificar que tal ameaça de controle dos media por parte do Estado se não verifica entregando essa tarefa a uma entidade administrativa independente (a ERC)..E eu tenho vindo a defender, complementarmente para esse mesmo fim, o benefício da existência de um Conselho de Imprensa..Por isso o debate que existe é sobre "a espuma dos dias" baseado em pressupostos e perceções não explícitas que, agitadas, se abatem irremediavelmente e inexoravelmente como um negro manto de manipulação ou censura sobre os media que recebam apoios do Estado..O debate deve continuar nesta oportunidade única que são as próximas eleições legislativas..Por isso ate ao dia das eleições em outubro próximo, voltarei a este espaço de opinião e informação seja para trazer as mais recentes informações sobre apoios do Estado no Mundo seja para apresentar modelos e iniciativas que em Portugal poderiam ser aplicados seja para partilhar a minha opinião sobre as propostas partidárias eleitorais que, entretanto, vão sendo conhecidas..Temas como,.a prática dos apoios aos media pelo Estado Português, mesmo imperfeita e incumpridora nos últimos anos, no modelo em vigor há 20 anos, tem mostrado que não é por esta razão que poderá haver manipulação jornalística em Portugal;.a analise continuada do tema na Europa, primeiro no Conselho da Europa desde 1978 (relatório "o papel do Estado face aos media") e já este ano de 2019 na Comissão Europeia a pedido do comissario Ansip (relatório "a caminho da soberania dos media europeus");.o programa Media Veritas de promoção da literacia mediática e de luta contra a desinformação e a manipulação jornalística,.o papel decisivo a atual da autorregulação, seja através de um Conselho de Imprensa, seja através de códigos de boas praticas e provedores do leitor;.os desafios do mundo digital com especial atenção para os influencers, a sua autonomia e deveres em tudo o que os faz parecer com órgãos de comunicação social sem qualquer sujeição a regulação setorial dos media,.serão informações que convidarei os leitores do Diário de Noticias a ponderar.