O factor amazigh nas próximas legislativas francesas!

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O apelo, o grito à inscrição na Frente de Esquerda que se ergue na França do pós-europeias, chegou-nos através de Rachid Raha, Presidente da Assembleia Mundial Amazigh (AMA), com sede em Rabat.

Chocados com o avanço da extrema-direita em França, a AMA faz o apelo para que o voto de marroquinos, argelinos, tunisinos e descendentes seja depositado nos “candidatos democratas da Nova Frente Popular de Esquerda”. Como é que isto se faz?

Mobilizando as dezenas de associações culturais e cívicas de cariz amazigh (berbere), presentes tanto nas grandes, como nas pequenas cidades, conferindo desde logo um caracter “franco-berbere” a uma parte considerável da população (serão cerca de 5 milhões de magrebinos), número que pela grandeza lhes delega responsabilidade e responsabilização, para além de uma identidade muito própria e simbiótica no seio do país de acolhimento (França) e na Europa em geral também. O/A berbere são homens e mulheres livres, nascidos e criados na “democracia dos grandes espaços, com vistas largas”, muito antes da islamização nos séculos VI e VII. É esta memória longínqua deste “Paraíso Amazigh” que funciona como primeiro gatilho, inconsciente, automático. Em segundo, há uma “memória/orgulho” mais recentes, cuja necessidade do ajuste de contas vê oportunidade nestes momentos, para ser cobrada de forma garbosa, no âmbito do “homem e das suas circunstâncias”! A lembrança permanente ao respeito pelos mortos. No caso, os contingentes magrebinos mobilizados para salvarem a Europa durante as Primeira e Segunda Guerras Mundiais contra os perigos do nazismo.

Agora o apelo é feito nos seguintes termos, “é chegado momento dos descendentes dos fuzileiros e soldados norte-africanos das duas guerras e da migração amazigh, originários das montanhas da Kabilya, do Oásis de Mzab, do Atlas e do Rif, do Vale do Souss e do Sul da Tunísia, serem chamados por seu turno a contribuir, de novo, para salvar a França neste terceiro milénio, neste ano 2024/2974 (ano berbere o último), do grande perigo populista que ameaça os valores da liberdade, de laicidade, de igualdade, tolerância, solidariedade, em resumo dos valores democráticos”!

A voz está lançada e caso este discurso não faça sentido, comparativamente com a “habitual narrativa islamista”, não estranhe, já que estes são os muçulmanos não praticantes e sem aspas. Aqueles que dão graças a Deus terem sido islamizados, mas veem sempre o árabe como o colonizador que lhes roubou as terras e os aculturou. Por isso mesmo, agora combatem-nos desta forma!

Bon Courage Rachid, Bon Courage Assemblée Mondial Amazigh!

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