Não deixe o aeróstato desviado cair num mar de especulação

Recentemente, um aeróstato da China atraiu a atenção de amigos portugueses e do resto do mundo. Gostaria de apresentar os meandros desta questão para que todos possam conhecer melhor a história:

Há pouco tempo, os Estados Unidos da América informaram a China de que tinham encontrado um aeróstato que podia pertencer à China no espaço aéreo dos EUA. Depois de ser informado, o lado chinês agiu com responsabilidade e conduziu uma investigação abrangente, na primeira hora, confirmando que o aeróstato veio da China e que era da natureza civil, com finalidades de pesquisa científica meteorológica. Afetado pelos ventos do oeste, e devido às capacidades limitadas de autodireção, este desviou-se da sua rota programada e entrou no espaço aéreo dos EUA.

Após verificar a situação, a parte chinesa comunicou imediatamente as informações relevantes à parte americana. A China informou de forma clara e repetidamente os EUA que o aeróstato é para uso civil e entrou nos EUA devido a força maior, e espera que a questão seja apropriadamente tratada pela parte americana de forma calma, profissional e contida. Os funcionários do Pentágono também disseram que o balão não representaria ameaça militar ou física ao pessoal no solo. Pode-se dizer que se trata de uma situação totalmente imprevisível causada pela força maior.

Vale conhecer dois factos científicos:
Primeiro - embora um aeróstato tenha o seu próprio sistema de propulsão e possa realizar trabalhos de pesquisa meteorológica na estratosfera, é difícil para o balão ajustar a sua direção e atitude de voo como um avião em grandes altitudes onde o ar é rarefeito, e é mais vulnerável a mau tempo.

Segundo - nas regiões de latitudes médias dos hemisférios norte e sul, onde o ar quente acima do equador e o ar frio acima das Regiões Polares se encontram, é muito fácil formar um ciclone extratropical, em que pode surgir mais um antes de o antigo desaparecer. Nesse caso, é extremamente difícil prever a direção do vento. Especialmente nos últimos anos, os ventos do oeste têm estado muito inquietos e a faixa de oscilação tornou-se cada vez maior, o que provavelmente formará um clima instável, fazendo com que o balão se desvie da rota programada.

A 4 de fevereiro, os EUA, ignorando os factos, alegaram que o aeróstato chinês é "balão de espionagem" e usaram arbitrariamente mísseis avançados para o abater. Alguns políticos e media criaram ainda histórias sensacionais e muito pouco credíveis para atacar e difamar a China.

Depois de tomar conhecimento da situação, muitos amigos em meu redor estão bastante preocupados, porque esta abriu um caso precedente muito mau para as relações e regras internacionais. Para um equipamento civil desviado, ao entrar no território aéreo de um outro país por força maior, se lançar mísseis em vez de tratar com profissionalismo, se usar aeronaves sofisticadas em vez de prudência e atitude contida, se espalhar calúnias em vez de comunicação atempada e completa, como podemos aprofundar a cooperação entre Estados? Como podemos incentivar o intercâmbio das pessoas? Como podemos alcançar a construção de um mundo belo e harmonioso? A China é um país responsável que sempre adere às leis internacionais e respeita a soberania e integridade territorial de outros países, nunca teve a intenção de infringir o território, incluindo espaço aéreo de qualquer país soberano. Esperamos e acreditamos que os amigos portugueses vão ver e tratar essa situação de uma forma objetiva, racional e imparcial. Estou convicto de que o povo português não vai dar nenhum crédito à difamação de certos indivíduos e media. Vamos continuar a impulsionar a cooperação entre estados, para evitar um outro episódio similar.

Embaixador da China

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