Frases de Guerra

"Putin, apesar da tendência autoritária, é um homem equilibrado, sabe perfeitamente o que pode fazer e o que não pode fazer." (Jaime Nogueira Pinto, Sol, 16/10/2021)

"Sobre o Holodomor há mesmo muitas e sérias dúvidas sobre se o genocídio propagandeado pelo anticomunismo realmente existiu" (Pedro Tadeu, DN, 31/3/2021)

"O Holodomor não precisa que eu o negue. Só existe na cabeça dos nazis ucranianos" (Miguel Tiago, Twitter, 18/8/2021)

"Há poucos anos, de visita a Moscovo, conheci alguém próximo de Vladimir Putin - não um empresário, mas um operacional. Ofereceu-me, a mim e à minha pequena comitiva, um fabuloso jantar no Pushkin, um dos mais sofisticados restaurantes da Europa." (Miguel Sousa Tavares, Expresso, 30/12/2021)

"Em Janeiro [de 2022], depois da sua conferência virtual com Vladimir Putin, Joe Biden iniciará conversações bilaterais Estados Unidos-Rússia, à revelia dos "Doctors Strangelove" da NATO - esses falcões histéricos que todos os dias colocam artigos supostamente sérios na imprensa ocidental, incluindo a nossa, sobre a iminente invasão russa da Ucrânia, mas que nunca se detêm a meditar naquilo que Putin disse na sua tradicional conferência de imprensa de Natal para os correspondentes estrangeiros: "Eles só falam de guerra, guerra, guerra. Mas não fomos nós que colocámos tropas nas fronteiras de Inglaterra ou dos Estados Unidos e que planeamos colocar lá mísseis nucleares; foram eles." (Miguel Sousa Tavares, Expresso, 30/12/2021)

"Há conflitos que ganham vida própria mesmo antes de ocorrerem, mesmo podendo nunca vir a ocorrer. É esta a sensação que vem da leitura de notícias constantes sobre a agressão da Rússia contra a Ucrânia, que antes era iminente, depois era menos iminente, e agora se tem outra vez como quase inevitável. Convirá não esquecer que, há alguns anos, promovemos com ligeireza uma alteração de poder em Kiev; e subestimámos, da mesma sorte, a mais do que previsível reação russa." (J. Azeredo Lopes, antigo Ministro da Defesa Nacional, Público, 8/2/2022)

"Os russos não estão interessados em invadir a Ucrânia. Só o farão in extremis" (major-general Carlos Branco, Jornal de Negócios, 11/2/2022)

"Esta guerra anunciada na Ucrânia só tem por objetivo impedir a exportação de gás russo para a Alemanha e, assim, reconfigurar o mapa europeu ao sabor do ditado de Washington." (Francisco Louçã, Expresso, 15/2/2022, dias antes da invasão da Ucrânia pela Rússia)

"Os Estados Unidos de Biden têm assumido nas últimas semanas, de forma não dissimulada, o papel de incendiários que parece desejarem a eclosão de um conflito destruidor para a Europa. Além disso, enviaram tropas de elite para a Polónia e a Roménia, tratando na prática a Ucrânia como se fosse (já) membro da NATO. Tudo leva a crer que a Rússia, mais do que desejar uma guerra, de que sairia inevitável perdedora em vários tabuleiros, está a levar a cabo uma gesticulação para apoiar as regiões secessionistas do Leste da Ucrânia e avisar que considera indesejável a presença direta da NATO numa fronteira que tem como essencial à sua segurança." (Paula Teixeira da Cruz, Público, 16/2/2022)

"Parece-me que a questão de fundo não é a invasão da Ucrânia (...) É verdade que as tropas estão lá, num movimento político de pressão, mas não falaram em invasão. Quem tem anunciado a invasão são as autoridades norte-americanas com declarações bastante arrogantes do Presidente americano." (Mariana Mortágua, SIC/N, 14/2/2022)

"Putin não invadiu a Ucrânia, Putin não invadiu a Ucrânia" (Mariana Mortágua, SIC/N, 14/2/2022)

"A propaganda de guerra do Ocidente falhou: Rússia retira algumas tropas da fronteira com a Ucrânia" (Público, 15/2/2022)

"A Europa está dividida entre o partido da guerra e o partido da economia. O partido da guerra é esta ponte entre Washington e Kiev, em que perpassa um perfume a pólvora que entusiasma algumas chancelarias, em particular os governantes que, como o da Ucrânia, buscam na estratégia de tensão criar um sentimento de unidade nacional que lhes resolva a fragilidade da liderança, obter os fundos suficientes para simular um governo e garantir a proteção militar que permita ameaçar os vizinhos. Esse partido marca a data da guerra, incentiva Moscovo a avançar, mantém a imprensa ocupada com "sinais", retira embaixadores em tropel, faz fugir os deputados mais impressionáveis e pinta a tragédia, mesmo que a população ucraniana pareça desconfiada e dê aos enviados das televisões imagens de menos pânico do que o adequado para compor tanto apocalipse. Só falta agora um incidente da Baía de Tonquim ou um incêndio do Reichstag, para tanto bastam uns paisanos fardados de soldados ucranianos ou de soldados russos e uns tiros, para que a previsão se possa concretizar, dado que, se a Casa Branca marca a guerra para quarta-feira e não acontecer nada, a operação transformar-se-ia na anedota do Solnado e isso não pode ser." (Francisco Louçã, Expresso, 15/2/2022, dias antes da invasão da Ucrânia pela Rússia)

"Os Estados Unidos têm vindo a denunciar a intenção da Rússia de invadir a Ucrânia, chegando Biden a apontar que o objetivo de Putin é Kiev. Será certamente um bom momento para Biden fixar a Rússia como inimigo, uma forma de reunir consensos internamente num momento em que, não obstante o primeiro mandato, não os tem. Nem isso corre bem. A actuação de Biden denuncia um líder enfraquecido." (Carmo Afonso, Público, 22/2/2022, dois dias antes da invasão da Ucrânia pela Rússia)

"Eu seria mais cautelosa a anunciar uma invasão e o início de uma guerra" (Mariana Mortágua, SIC/N, 22/2/2022 dois dias antes da invasão da Ucrânia pela Rússia)

"O PCP condena a escalada de confrontação promovida pelos EUA e a NATO contra a Rússia. Uma escalada que, efectuando-se nos planos militar, económico e político, e sendo sustentada por uma intensa campanha de desinformação, constitui uma séria ameaça à paz. A acção agressiva dos EUA e da NATO intensificou-se durante as últimas semanas, com a instalação de mais meios e contingentes militares no Leste da Europa - incluindo o apoio militar à Ucrânia -, acompanhada da ameaça de imposição de novas sanções económicas contra a Rússia." (Comunicado do PCP, 15/2/2022, dias antes da invasão da Ucrânia pela Rússia)

"O PCP denuncia a perigosa estratégia de tensão e propaganda belicista promovida pelos EUA, a NATO e a UE" (Comunicado do PCP, 22/2/2022, dois dias antes da invasão da Ucrânia pela Rússia)

"A Rússia, como grande potência que é, não se devia deixar provocar" (Boaventura Sousa Santos, Público, 25/2/2022, no dia seguinte à invasão da Ucrânia pela Rússia)

"Isto à luz do direito internacional está totalmente imaculado." (Alexandre Guerreiro, Record TV Europa, 24/2/2022, no dia da invasão da Ucrânia)

"Os russos já estão em Kiev" (major-general Agostinho Costa, CNN, 25/2/2022)

"Os ucranianos não devem conseguir resistir muito mais tempo" (major-general Raul Cunha, RTP-3, 25/2/2022)

"Agora o mau é o Putin... por amor de Deus!" (major-general Raul Cunha, RTP-3, 25/2/2022)

"O conflito russo-ucraniano veio, mais uma vez, mostrar o perigo das cruzadas ideológicas. A Ucrânia foi encorajada pelos "aliados" a desafiar a Rússia mas, na hora da verdade, ficou sozinha."(Jaime Nogueira Pinto, Observador, 26/2/2022, criticando a política da administração Biden relativamente à Ucrânia)

"O modo como o Presidente dos Estados Unidos foi sucessivamente anunciando datas para uma invasão russa da Ucrânia lembra os pueris "Não és homem, não és nada ..." dos tempos em que parecia mal não ser "homem" e se esperava que o acicatado, ofendido na sua masculinidade e sem olhar a consequências, provasse desvairadamente que o era." (Jaime Nogueira Pinto, Observador, 26/2/2022, criticando a política da administração Biden relativamente à Ucrânia)

"O conflito com a Rússia não podia vir em pior altura: Biden, apesar do silêncio complacente dos media, tem vindo a descer em popularidade, e a pandemia, que, a crer nos mesmos media, teria subitamente acabado com a saída de Donald Trump, continua a fazer estragos. A Administração americana, refém da minoria ideológica radical do Partido Democrático - aparentemente mais preocupada, no sector militar, com a discriminação dos transgender na tropa, do que com o resto -, ainda que tenha muitos académicos e alguns políticos transitados da Administração Obama, não parece especialmente focada no confronto geopolítico." (Jaime Nogueira Pinto, Observador, 5/3/2022)

"Abramovich é, pura e simplesmente, filho de Abraão (...) 250 euros, foi tudo o que pagou [pelo processo de naturalização], desde o início até final" (rabino Daniel Litvak, RTP, 5/3/2022, dias antes de ser detido pela Polícia Judiciária)

"O PCP sublinha que a Rússia é um país capitalista, cujo posicionamento é determinado, no essencial, pelos interesses das suas elites e detentores dos seus grupos económicos, com uma concepção de classe oposta à do PCP." (Comunicado do PCP, 24/2/2022, dia da invasão da Ucrânia pela Rússia)

"Não parece provável que a capitulação formal das forças militares ucranianas possa ser evitada nas próximas semanas" (Viriato Soromenho-Marques, DN, 5/3/2022)

"Não tenho esse report. Essa é uma atribuição não do Governo, mas do Banco de Portugal. Não lhe sei dizer porque como isso não é matéria de política externa não quero atrever-me a dar por garantido uma coisa que tenha acontecido noutro departamento. Falei a propósito das sanções financeiras, visto que fui eu que no Conselho de Negócios Estrangeiros dei acordo político a essas sanções. Estou um pouco embaraçado porque não gosto de pronunciar-me sobre assuntos que não domino inteiramente e como este assunto não é da área do MNE não sei se estou a dar-lhe uma informação verdadeira." (Augusto Santos Silva, Ministro dos Negócios Estrangeiros, 3/3/2022, questionado sobre o número de contas congeladas de cidadãos russos alvos de sanções pela União Europeia)

"Portugal congelou uma conta bancária de 242 euros de cidadão sancionado pela UE" (Público, 18/3/2022)

"Portugal só levou 18 soldados a exercício da NATO com 30 mil militares" (Expresso, 18/3/2022)

"Portugal é um lacaio dos interesses da economia e das finanças dos EUA, como de resto boa parte dos países europeus. O ministro da Defesa português nada mais faz do que despejar os cinzeiros dos falcões da guerra norte-americano (...). Agora a sério: alguém acredita ainda que há os bons e os maus?" (António Jacinto Pascoal, Público, 3/3/2022)

"Dos dois lados estamos perante líderes com perfis narcísicos, o que dificulta as coisas" (Paula Teixeira da Cruz, Público, 16/3/2022)

"Porta-aviões chinês sobrevoa Taiwan" (notícia CNN, 18/3/2022)

"Kaspersky: Estado português usa antivírus russo banido em vários países" (Expresso, 1/4/2022)

"O senhor Shoigu, o ministro da Defesa, é um homem de barba rija" (major-general Agostinho Costa, SIC/N, 28/2/2022)

"Estou convencido que o senhor Zelensky já não está lá [em Kiev]. Senão a gente via-o na rua. Já não está lá. Está certamente em Lviv, está certamente em Lviv" (major-general Agostinho Costa, SIC/N, 28/2/2022)

"As reservas, as marcações feitas para a Páscoa e para o Verão, neste momento, são muito boas. Isso é espetacular porque quer dizer que as pessoas sentem - o que aconteceu durante a Segunda Guerra, o que aconteceu sempre que houve conflitos - que Portugal é um porto seguro, é um país seguro, e é um país - nós queixamo-nos de vez em quando - mas climatericamente maravilhoso" (Marcelo Rebelo de Sousa, 16/3/2022, declarações na Bolsa de Turismo de Lisboa)

"CP deixou refugiados apeados em Badajoz e os restantes tiveram de viajar de pé até Portugal" (Público, 17/3/2022)

"Voos de jactos russos com matrícula portuguesa denunciados por Rui Pinto estão a ser investigados" (Público, 10/3/2022)

"Questionado sobre a pouca adesão a esta manifestação em comparação a outras que já aconteceram em Lisboa, o diretor-executivo da Amnistia Internacional - Portugal afirmou que a participação registada hoje, com cerca de três centenas de pessoas, "não é uma desilusão", acrescentando que a organização foi "sem expectativas": "Se estivesse cá só uma pessoa a dizer o que tem de ser dito já estávamos a cumprir a nossa missão". (Jornal Expresso, 18/3/2022, questionado sobre a fraca adesão de uma manifestação a favor da Ucrânia, em contraste com os gigantescos protestos noutras capitais europeias)

"A guerra entre a Rússia e a Ucrânia serviu para agudizar análises que já Marx, Engels e, mais tarde, Gramsci, haviam identificado." (Ricardo Meireles Santos, jornal A Voz do Operário, 1/4/2022)

"Trarão "ódio" (que é um combustível, queira-se ou não) e recalcamento que não passará nas próximas gerações, estarão deslocados da sua terra natal, que legitimamente é sua, trarão trabalho porque são gente que se entrega e, peço desculpa, colocarão a faca nos dentes, isto é, ninguém espere que sejam trabalhadores das nove às cinco e que venham reclamar o que por cá reclamamos. Se assim pensarem, estão enganados". (José Crespo de Carvalho, fundador da plataforma We Help Ukraine, descrevendo os refugiados da Ucrânia, Observador, 18/3/2022)

"As empresas já perceberam, e bem, que poderá haver uma nova força de trabalho que trabalha mais e reclama menos."  (José Crespo de Carvalho, fundador da plataforma We Help Ukraine, descrevendo os refugiados da Ucrânia, Observador, 18/3/2022)

"30.000 ucranianos em Portugal, de várias idades, sobretudo de sexo feminino e que terão que sustentar, muitas vezes sozinhas, os seus filhos da guerra, serão uma força tremenda para o mercado de trabalho português. Mais, que terão de trabalhar e poupar para os familiares que ficaram pela Ucrânia e que não terão oportunidades ou não quererão vir." (José Crespo de Carvalho, fundador da plataforma We Help Ukraine, descrevendo os refugiados da Ucrânia, Observador, 18/3/2022)

"Dificuldade em acompanhar um documento que é feito com base em algumas notícias que não estão confirmadas" (Natacha Amaro, deputada do PCP na Assembleia Municipal de Lisboa, 16/3/2022, a justificar o voto contra daquele partido numa resolução que pedia a libertação do presidente da câmara municipal de Melitopol)

"A Rússia não atacou a Ucrânia" (Sergei Lavrov, MNE russo, 10/3/2022)

"Das duas vezes que o ouvi - ouvi-o na NATO e, à tarde, no Conselho Europeu - não o ouvi dizer essa expressão" (António Costa, 25/3/2022, questionado sobre as referências expressas de Vladimir Zelensky ao atraso de Portugal no apoio à Ucrânia)

"As negociações de paz em curso são um equívoco, Não faz sentido serem entre a Rússia e a Ucrânia. Deviam ser entre a Rússia e EUA/NATO/União Europeia. A crise dos mísseis de 1962 foi resolvida entre a URSS e os EUA. Alguém se lembrou de chamar Fidel Castro para as negociações?" (Boaventura Sousa Santos, Público, 10/3/2022, defendendo a exclusão da Ucrânia das negociações de paz relativas ao seu próprio território)

"A grandeza política do presidente Zelensky tanto poderia ser construída como o corajoso patriota que defende o seu país do invasor até à última gota de sangue, como a do corajoso patriota que, perante o perigo de tanta morte inocente e dada a assimetria de força militar, consegue, com o apoio dos seus aliados, uma negociação forte e uma paz digna." (Boaventura Sousa Santos, Público, 1/4/2022, passando a admitir a inclusão da Ucrânia nas negociações de paz)

"Não me espantaria que, se a guerra for para continuar e os russos entrarem em Kiev, o herói Zelensky será capaz de desiludir muitos corações" (Miguel Sousa Tavares, Expresso, 11/3/2022)

"A entrada da Ucrânia alteraria também a relação de forças políticas no Parlamento Europeu, pois com os seus 43 milhões de habitantes (passando a ser o quinto maior Estado-membro da União, a seguir à Espanha) teria direito a mais de 50 deputados, os quais, a julgar pela composição política do Parlamento ucraniano, seriam esmagadoramente dos partidos de direita e de centro, com pequena representação da esquerda (aliás, como já sucede em muitos dos atuais Estados-membros do leste europeu). Neste quadro, seria estranho que os partidos socialistas e social-democratas que integram o Partido Socialista Europeu, e em especial os maiores, como os da Alemanha, Espanha e Portugal, viessem apoiar entusiasticamente um tal reforço da direita no Parlamento Europeu (tal como no Conselho e na Comissão)" (Vital Moreira, blogue Causa Nossa, 21/3/2022, argumentando contra a entrada da Ucrânia na UE)

"Na minha opinião, não são os russos que não querem que os civis saiam [de Mariupol]. Quem não quer que os civis saiam são os defensores da cidade, porque sabem que no momento em que ficarem sem os civis aquilo é... Não têm a mínima hipótese de sobreviver. E por isso, enquanto estiveram lá civis, têm a esperança que a coisa não seja assim tão grave. Isto é a realidade, mas não se pode dizer. Qual o interesse dos russos em matar os civis que estão em Mariupol, que até são a maioria russos? É isso que não é dito. Os civis são ou russos ou russófonos. E são esses que querem sair e que têm fugido de lá, e não lhes acontece nada." (major-general Raul Cunha, jornal Setenta e Quatro, 17/3/2022)

"As forças do batalhão Azov querem manter os civis dentro da cidade [Mariupol] como escudos humanos. Isso foi muito difícil de gerir" (major-general Carlos Branco, CNN, 22/3/2022)

"Porque é disso que se trata: não aceitar o que é inalienável. Custe o que custar e sem medo. Sem medo de os mandar calar, sem medo de os intimidar. Sem medo da unidade ou, se quiserem mesmo, da unanimidade do pensamento - como a que se viu no nosso Conselho de Estado, onde as duas únicas vozes que tinham mostrado reservas relativamente ao pensamento único ficaram tão doentes que nem por videoconferência puderam ser ouvidas e estragar a unanimidade proclamada." (Miguel Sousa Tavares, Expresso, 18/3/2022, sobre as ausências na reunião do Conselho de Estado, que na realidade foram quatro, não duas)

"Não mais se ouviu falar" [de sanções da UE à Hungria] (Manuel Loff, Público, 5/4/2022, dia em que Ursula von der Leyen anunciou que a UE iria acionar o mecanismo do Estado de direito contra a Hungria)

"Não queremos este tipo de pessoas no nosso país" (adido militar da Ucrânia, DN, 23/3/2022, sobre Mário Machado)

"A guerra na Ucrânia é objecto de uma cobertura noticiosa unilateral, uma one side view sem paralelo na história da imprensa moderna. O que sabemos da guerra é o que nos chega de um lado, o da Ucrânia e dos anti-Rússia, ou seja, a única fonte de informação dos jornalistas ocidentais é agora a que é proporcionada pelo "nosso lado", nos locais e nas condições "por nós" determinados - e é exclusivamente com base nela que as opiniões públicas são informadas. Muito bem, numa perspectiva de propaganda." (José Manuel Barata-Feyo, Público, 19/3/2022, descrevendo a cobertura noticiosa da guerra na Ucrânia, feita no terreno por centenas jornalistas de órgãos noticiosos de todo o mundo)

"As opiniões públicas das democracias liberais começaram a receber quase exclusivamente a "informação" controlada pelo Ministério da Defesa da Ucrânia e pelos serviços militares aliados." (José Manuel Barata-Feyo, Público, 26/3/2022, referindo-se à decisão da UE de proibir as transmissões da televisão RT e da agência Sputnik)

"O erro da análise é consequência de uma hiperbolização, que vive obcecada com uma referência simples ao bem, e uma referência simples ao mal. Vladimir Putin é o mal absoluto, Zelensky um herói. E pronto, para além disto é provocação." (J. Azeredo Lopes, antigo Ministro da Defesa Nacional, Público, 31/3/2022)

"Uma forma de ganhar a paz talvez passe pela competição pacífica, ou seja, reconhecer a Rússia (como reconhecem alguns analistas ocidentais) como líder de um bloco concorrente" (Adelino Cunha, Público, 21/3/2022)

"O facto de uma coluna militar de 64 quilómetros se arrastar há muitos dias numa manobra de cerco de Kiev, sem ser importunada pela aviação ucraniana, e de cada vez mais os civis se juntarem à luta armada, parece indiciar que no ar e em terra o primado da iniciativa militar pertence inteiramente à Rússia" (Viriato Soromenho-Marques, DN, 12/3/2022)

"Resta saber quanto tempo levará Zelensky a compreender a exequibilidade das opções que tem em cima da mesa. Quanto mais tempo demorar, mais difícil será explicar aos seus cidadãos porque é que lhes prometia um futuro radiante e uma vitória, quando começava a ser discernível que as alternativas lhe eram desfavoráveis, não tendo por isso negociado em tempo a solução que poderia garantir um futuro independente ao país" (major-general Carlos Branco, Jornal Económico, 25/3/2022)

"Os efeitos da agressão russa à Ucrânia são muito pesados e vão ter efeitos muito longos. Desde logo, esta espécie de ambiente "mccarthista" que está estabelecido. (...) Mas quem tenta contextualizar, quem tenta colocar isto no quadro de um mundo onde não há só um imperialismo bom e um imperialismo mau, é um agente de Moscovo. Quem não aceita ser um mero papagaio da NATO é considerado um russófilo. E esse ambiente que é típico do "mccarthismo" (...) criou-se um ambiente que ou se papagueia o que diz a NATO ou é-se um agente de Moscovo" (Fernando Rosas, Público, 25/3/2022)

"Não me lembro de a URSS ter sido impedida de disputar jogos pela invasão da Hungria em 1956 ou da Checoslováquia em 1968, ou de os EUA terem sido alvo de proibições que afastassem os seus atletas do desporto mundial pela sua posterior invasão do mesmo Afeganistão em 2001, ou depois do Iraque em 2003, ou, antes, do Vietname, em 1965. E agora esse procedimento está a banalizar-se como um instrumento de conflito, sendo pela primeira vez usado pelas próprias autoridades desportivas, precisamente quem o devia condenar." (Francisco Louçã, Expresso, 1/3/2022, contestando a imposição de sanções desportivas à Rússia)

"Está a ser dado um novo passo com a patologização dos adversários, que produz um efeito de agregação, mobilizando uma claque por via do ódio ao inimigo e desumanizando a outra parte" (Francisco Louçã, Expresso, 18/3/2022)

"[crimes de guerra] poderiam ter sido evitados, se não houvesse invasão e, depois disso, se o regime ucraniano não se tivesse decidido por uma resistência suicida" (António Jacinto Pascoal, Público, 29/3/2022)

"Tive, como tenho, desde 1999, a certeza de que a NATO é uma organização terrorista legitimada pelo Ocidente (António Jacinto Pascoal, Público, 29/3/2022)

"Esta guerra acaba quando Joe Biden pegar no telefone e a resolver" (major-general Agostinho Costa, SIC/N, 23/3/2022)

"O humanismo ocidental é esclarecido. Classifica a imprensa estatal de propaganda "tóxica" mas glorifica o World Service da BBC, pago pelo Ministério dos Estrangeiros britânico" (Pedro Tadeu, DN, de 9/3/2022, comparando o BBC World Service à RT e à Sputnik)

"Agora, basta a hipótese de haver vítimas num incidente para tal ser pretexto para títulos de caixa alta, ainda antes de se tentar saber se o incidente foi ou não trágico" (José Cavalheiro, Público, 31/3/2022)

"Temos que analisar estas questões com muita cautela, com extremo cuidado, porque podemos cair nalguns engodos. Existem coisas que se chamam operações psicológicas, informações de operações... há que ter sempre muita cautela. Reparei que algumas pessoas que estavam no chão tinham uma faixa branca no braço. Essa faixa branca era utilizada pelos civis de Bucha que eram pró-russos ou coniventes com os russos e são esses indivíduos que estão no chão. Eu tenho algumas dúvidas sobre a razoabilidade dos russos matarem os indivíduos que estavam com eles." (major-general Carlos Branco, CNN, 3/4/2022, comentando as notícias sobre o massacre de 320 civis em Bucha)

"A propaganda de atrocidades é eficaz a cumprir os seus objetivos, mas é eventualmente perigosa na medida em que potencia e aumenta exponencialmente o ódio de quem assiste a um conflito e até o de quem está nos campos de batalha. Os meios de comunicação atuais assim o permitem. Esta propaganda, como um eucalipto, seca tudo à sua volta. Só fica a raiva, o medo, a revolta. Péssimos conselheiros para o bom senso. Uma forma de garantir o estado de guerra." (Carmo Afonso, Público, 6/4/2022, comentando as notícias sobre o massacre de 320 civis em Bucha)

"Uma guerra é uma guerra. Há crimes de guerra e crimes contra a humanidade na guerra da Ucrânia? Claro que há e claro que não são só de um lado. Porque é assim uma guerra." (José Manuel Pureza, Facebook, 5/4/2022, comentando as notícias sobre o massacre de 320 civis em Bucha)

"Só daqui a uns anos poderemos ter a certeza da verdade, das várias verdades desta guerra" (Pedro Tadeu, DN, 6/4/2022, comentando as notícias sobre o massacre de 320 civis em Bucha)

"As notícias difundidas a partir dos centros do poder ucraniano e ampliadas pela máquina de propaganda que tem rodeado a guerra na Ucrânia a partir da alegação de "crimes de guerra" ocorridos em Bucha, bem como as alegações russas de que se tratou de uma operação de manipulação desencadeada por forças ucranianas, sendo informações contraditórias, são inquietantes e exigem cabal apuramento." (Comunicado do PCP, 6/4/2022, sobre as notícias do massacre de 320 civis em Bucha)

"As intervenções de chefes de Estado na Assembleia da República, ao longo dos últimos anos, têm sido muito limitadas" (Paula Santos, líder parlamentar do PCP, 6/4/2022, justificando o voto contra daquele partido ao convite para Zelensky discursar na AR)

"Pois continuem lá os meninos à roda da fogueira, a entreterem-se com a sua querida guerra e os seus altos valores éticos e bélicos, a tentar intimidar e reduzir ao silêncio quem não pensa como eles, que facilmente haverá quem lhes agradeça." (Miguel Sousa Tavares, Expresso, 8/4/2022)

"Por cada vez que alguém compara o BE e o PCP à extrema-direita morre um passarinho silvestre, seca uma flor campestre" (Carmo Afonso, Público, 8/4/2022)

"Pensar não é tarefa fácil" (carta aberta de 20 personalidades contra a «criminalização do pensamento», Expresso, 28/3/2022).

Historiador. Escreve de acordo com a antiga ortografia

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