O dia 18 de novembro de 2024 ficará indubitavelmente marcado na história da Polícia Maritima (PM), como o dia da tomada de posse, por subinspetores e chefes da PM, em diversos cargos de chefia e coordenação, tais como coordenadores do comando-geral da PM, coordenação das divisões de investigação criminal e de análise e informação policial e chefes de divisão de recursos e material, de operações e de logística substituindo assim os oficiais superiores da Marinha de Guerra Portuguesa (MGP) em funções..Há mais de uma década que a Associação Sócio Profissional da Polícia Maritima (ASPPM), vem alertando os demais Órgãos de Soberania para a ocupação destes cargos de polícia, por militares da MGP, vedando o acesso legitimo aos policias de carreira a comandar e chefiar a sua própria instituição à semelhança do que sucede com todas as outras forças e serviços de segurança portugueses..O reconhecimento destes policias para comandar estas divisões, substituindo os oficiais da MGP, indica uma mudança no perfil de liderança da corporação, contudo, por forma a que os policias agora empossados assumam com eficácia as suas novas funções, será necessário todo um processo de capacitação específico, que não houve, onde se inclui a formação adequada ou o reconhecimento aos visados do nível 3 de complexidade funcional, como detêm os oficiais da MGP que foram substituídos. Como se prevê, haverá um aumento nas responsabilidades em termos de planeamento estratégico, coordenação de operações conjuntas e, possivelmente, novos protocolos de colaboração com outras agências governamentais e internacionais o que faz com que estes homens partam em desvantagem para as suas novas funções..Por outro lado, e mesmo em desvantagem, é da mais elementar justiça reconhecer que a função policial deva ser conduzida por policias com formação na área criminal e de segurança pública, ao invés de pessoas com formação predominantemente militar..No geral, uma mudança desta magnitude sinaliza uma tentativa de reforçar a capacidade operacional e a eficiência da PM, alinhando-a mais com as exigências contemporâneas de segurança pública e criminalidade no contexto marítimo, o que perante esta nova realidade de chefia e coordenação, e ao fim de tantos anos alcançado que está este desígnio dos profissionais da PM, é hora de avançar para o términus das inerências de funções dos capitães dos portos como comandantes locais da PM – oficiais superiores da MGP - permitindo assim que os chefes e inspetores da PM possam comandar a sua força de pleno direito nos 28 comandos locais da PM existentes em Portugal continental e ilhas ..Parabéns Camaradas!.Sem dúvida que a vossa missão é de grande importância e responsabilidade, esperamos todos que seja bem-sucedida, com segurança e eficácia, e onde todos os profissionais da PM se revejam num futuro melhor para a PM.