Este texto é para si!
Sim, estas linhas são mesmo para si. Certamente que alguma vez já lhe disseram que certa personalidade foi presa, quando a informação correta é que apenas foi constituída arguida. Ou que um determinado jogador de futebol foi comprado pelo clube rival, quando na realidade tudo não passou de rumores lançados por interesse, ou ainda que alguém importante morreu, sendo que o morto afinal era alguém com nome semelhante. Chamo a isso iliteracia informativa e gostava que tirasse uns breves minutos para pensar nisso. Na espuma dos dias, vamos ouvindo coisas que aceitamos como verdadeiras e não são. E daí advém um problema ainda maior: criamos de imediato uma perceção sobre o que se ouviu: o tal arguido passa a ser um “grande ladrão” e o nosso jogador preferido um “vendido” que só pensa nos milhões. Há ainda um erro que a grande maioria dos cidadãos tende a fazer cada vez mais - confundirem opinião ou comentário com informação. Ora, vivemos, como bem sabe, tempos difíceis. Já não bastavam as guerras, vamos agora ter Trump e o seu BFF Elon Musk a liderar a política nos Estados Unidos com óbvias consequências para o resto do mundo. Além disso, as redes sociais que dominam as nossas vidas vão passar a não ter ferramentas para confirmar a veracidade do que é publicado - como foi anunciado por outras palavras pelo dono do Facebook/Instagram/Whatsapp, o multimilionário Mark Zuckerberg. Está lançado o caos e fica aberto espaço para a grande confusão sobre o que acontece, o que se diz e o que se faz. Muitos - mesmo os seus amigos, filhos ou sobrinhos - aceitarão como verdade coisas que não aconteceram. Assim, permita-me que lhe diga, a única forma do leitor estar corretamente informado é ler (e assinar) jornais de referência - como é o caso do Diário de Notícias -, que são feitos por profissionais credenciados e sérios, e que se arriscam, num futuro bem próximo, a passar mais tempo a desmentir a avalanche de fake news do que a noticiar novidades. Por isso mesmo a informação fidedigna vai ser ainda mais importante do que é hoje, uma espécie de oxigénio da democracia, das sociedades. Sei que o leitor já sabe disso, mas nunca é demais relembrar. Talvez possamos os dois começar a convencer os amigos a deixar as redes sociais para os vídeos com gatinhos e fotografias de viagens e assimilarem a informação só em fontes credenciadas. Haverá alguém que não queira isso? Se calhar, há!
Editor do Diário de Notícias