Empatia - a ferramenta que nos permite ver o outro
A sociedade enfrenta desafios profundos relacionados com as desigualdades sociais. Precisamos aumentar a nossa capacidade de compreensão e, partilhar as experiências dos outros, esta prática
poderá, de facto, ser o caminho que constrói pontes entre diferentes realidades sociais. Porque, muitas vezes, a falta de empatia pode perpetuar estigmas e desigualdades e, a desumanização ocorre quando não conseguimos ver o outro como um igual.
Quando sentimos empatia, quando nos colocamos no lugar do outro, teremos a oportunidade de acabar com preconceitos e estigmas, que muitas vezes “alimentam” as situações de exclusão. Precisamos explorar a importância da Empatia como um meio de promoção de mais justiça social e inclusão.
Empatia (seja individual ou coletiva) envolve colocar-se no lugar do outro e compreender suas dificuldades, principalmente em contextos de vulnerabilidade.
A empatia por si só, pode não ter o poder de resolver todos os problemas, mas é essencial para vivermos num mundo mais igualitário.
Em muitos bairros, as desigualdades sociais são persistentes e estruturais.
Elas não são apenas uma questão de “falta de esforço”, mas sim um reflexo de contextos complexos como pobreza, racismo, falta de acesso à educação e saúde e com frequência, a falta de empatia contribui para a estigmatização destas pessoas, reforçando o ciclo de desigualdade; a falta de empatia diminui a compreensão dos desafios reais que algumas comunidades enfrentam, quem só vê, por exemplo, a pobreza por fora,
nunca poderá entender o que é viver com escassez e falta de recursos, quem só vê as minorias ao longe, nunca conseguirá sentir a discriminação, a insegurança, o sofrimento, a marginalização, a falta de oportunidades que “muram” estas comunidades.
A verdadeira mudança começa quando deixamos de ver o problema como algo distante e nos aproximamos das histórias de quem sofre com ele. Para entender a desigualdade, precisamos antes entender o outro com o coração.
A Empatia, pode ainda influenciar as políticas sociais, desempenhando um papel crucial na criação de soluções mais justas e eficazes, que realmente atendam às necessidades da população, especialmente em grupos sociais desfavorecidos ou marginalizados. Ajuda a identificar problemas que podem não ser evidentes a partir de dados estatísticos ou análises técnicas. Ao entender as histórias individuais, conseguimos captar as “entrelinhas” que precisam ser lidas. Existem vozes que não podem ser silenciadas, temos que ouvir e refletir para conseguir compreender; para superar obstáculos; para diminuir a desinformação; e depois AGIR. Só assim poderemos contribuir para um Mundo melhor, mais inclusivo e justo.
Por fim, devemos ainda pensar que a empatia deve ser incluída nas escolas - como valor social e educacional – para que no futuro tenhamos adultos mais conscientes, mais inclusivos, mais empáticos e mais ativos - só assim, poderemos viver numa sociedade mais livre e justa - ou como nos canta Nina Simone I Wish I Knew How It Would Feel To Be Free.