Das estratégias empresariais

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Várias são as estratégias empresariais adoptadas pelas empresas, em função do contexto existente e dos objectivos pré-definidos.

Uma primeira, muito utilizada, é a de Hit and Run, a qual consiste na criação de “falsos alvos” que levam a empresa B a ser induzida em erro, propondo um negócio a A no convencimento de que está a obter uma “vantagem comparativa”, quando é A quem, efectivamente, obtém um “leverage”, isto é, uma “vantagem comparativa”.

Uma segunda, consiste na estratégia de FTL- Follow the Leader, em que se tende a seguir a estratégia de uma empresa líder ou de referência.

Uma terceira é a de fighting for leadership, isto é, “lutar pela liderança” de um mercado ou de um segmento do mercado.

Uma quarta consiste em playing for the conquest, em que se procura obter a efectiva hegemonia de um dado mercado, em muitos casos apostando em aquisições e fusões.

Uma quinta estratégia é, normalmente, designada de playing for survival, isto é, a aposta na sobrevivência da empresa, sendo que, em alguns casos, a mesma tem que ser perspectivada com base numa lógica de grupo.

Uma sexta estratégia é a de going through ou “estratégia de passagem”, a qual apresenta um mero interesse instrumental como, por exemplo, o de concretizar um projecto infra-estrutural num país em vias de desenvolvimento sem se pretender um envolvimento na economia do mesmo a longo prazo.

Uma sétima reside em se pretender apostar na rendibilidade e na diversificação (playing for profit and diversification), estratégia esta que pode ser implementada a curto prazo (short term profit and diversification strategy) ou a longo prazo (long term profit and diversification strategy).

Uma oitava estratégia reconduz-se ao que se designa de non productive transactional strategy, em que não se pretende promover mudanças estruturais na economia, mas tão somente obter ganhos transaccionais.

Uma nona estratégia é a que se convencionou designar de sovereign international strategy, em que se procura reforçar interesses soberanos estratégicos neste ou naquele país (ou nesta ou naquela região). São utilizadas “empresas soberanas”, com forte intervenção estatal.

Uma décima estratégia é a dos conglomerados, em que as unidades “nodais” de um grupo não pertencem sempre, necessariamente, a um dado sector produtivo, podendo variar em função dos interesses do grupo considerado.

E, depois, temos as três estratégias de internacionalização que são do conhecimento geral, a saber, a soft, a Intermediate e a hard.

A soft assenta, sobretudo na exportação de bens e serviços, não envolvendo um significativo risco financeiro.

A Intermediate, que corresponde, a título de exemplo, ao franchising, já pode envolver um maior risco, não só financeiro, mas também reputacional.

A hard, que corresponde ao Investimento Directo Estrangeiro, é a que envolve um risco maior.

Se se adoptar a abordagem da Escola de Uppsala, tende-se a enveredar por uma metodologia gradualista, começando-se pela abordagem soft e acabando-se, eventualmente, na hard.

Se se adoptar a abordagem directa (considerando-se haver proximidade cultural e/ou psicológica ao nível dos agentes económicos), avança-se para a hard internationalization.

Eis alguns conceitos instrumentais da maior relevância para quem optar por aprofundar os conhecimentos de economia internacional, numa perspectiva empresarial.

Nem mais, nem menos….

Economista e professor universitário.

Escreve de acordo com a antiga ortografia.

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