Como tratar as lesões mais comuns no CrossFit
Praticar CrossFit é um desafio que exige dedicação, força e resiliência. É essencial estar atento aos riscos que podem surgir, especialmente no que toca ao ombro e cotovelo, duas articulações frequentemente sobrecarregadas durante os treinos. No Dia Mundial da Atividade Física, este domingo, 6 de abril, quero alertar para as lesões mais comuns nestas áreas, reforçando que o reconhecimento precoce e o tratamento adequado podem fazer toda a diferença na recuperação e no desempenho.
O CrossFit combina força, resistência e intensidade em movimentos repetitivos e de alta carga, colocando grande exigência sobre as articulações do ombro e cotovelo. Mais de um terço dos praticantes desta modalidade acabam por ter algum tipo de lesão, sendo que mais de 60% envolvem o ombro ou cotovelo, sendo o ombro a articulação mais afetada. Estes números destacam a necessidade de cuidados especializados para prevenir complicações.
Entre as lesões do ombro mais frequentes encontram-se as tendinites, as ruturas dos tendões do ombro e a lesão da estrutura interna – chamada de “labrum” – que podem limitar a função do ombro e causar dor significativa, afetando até atividades simples do dia a dia. Já no cotovelo, as tendinites e as lesões ligamentares traumáticas são comuns devido ao uso repetitivo ou a sobrecarga, provocando dor e limitações que interferem no treino e na rotina diária.
As luxações - o deslocamento dos ossos de uma articulação –, resultantes dos movimentos de alta amplitude e força realizados, são também frequentes. Sem tratamento adequado, podem evoluir para uma instabilidade crónica, comprometendo o desempenho do atleta.
Então como diagnosticar e tratar lesões do ombro e cotovelo no CrossFit? Se sentir algum dos sintomas mencionados, é crucial procurar um especialista em patologias do ombro e do cotovelo. Apenas uma avaliação clínica detalhada pode identificar a origem do problema e orientar o tratamento mais eficaz.
Na maioria dos casos, o tratamento conservador é suficiente para aliviar a dor e recuperar a função. Este inclui fisioterapia para fortalecer os músculos, melhorar a postura e corrigir a biomecânica. Medicamentos anti-inflamatórios ou injeções com fatores de crescimento também são frequentemente utilizados. Esta abordagem não só reduz o impacto da lesão como previne o agravamento.
Por vezes, o tratamento conservador não basta, especialmente em casos de maior gravidade ou lesões sem capacidade de cicatrização. Nestes casos, pode ser necessária a intervenção cirúrgica, que inclui técnicas minimamente invasivas, como a artroscopia, garantindo tempos de recuperação mais curtos e excelentes resultados. Um programa de reabilitação personalizado é essencial para o regresso seguro ao desporto.
Como mensagem final deixo um alerta: não ignore os sinais do seu corpo. Ombros e cotovelos são articulações complexas e problemas não tratados podem levar a complicações graves. Um diagnóstico precoce realizado por um especialista é fundamental para evitar sequelas, garantir uma recuperação completa e permitir que se retome o desporto rapidamente.