Como acabar com a crise na habitação. A IA explica
Mais por curiosidade do que outra coisa, este domingo fiz esta pergunta ao Gemini 2.5 Flash (a IA do Google), em modo Advanced (pago): “Escreve pf um artigo com menos de 2000 carateres com a solução para a crise da habitação em Portugal.” Eis a resposta na íntegra, sem qualquer edição da minha parte:
A crise da habitação em Portugal exige uma abordagem multifacetada. Aumentar a oferta de habitação acessível é crucial, através de investimento público e incentivos à construção privada, incluindo a reabilitação de imóveis devolutos.
É essencial regular o mercado de arrendamento, equilibrando a proteção dos inquilinos com a rentabilidade para os senhorios, e fiscalizar o Alojamento Local para mitigar o seu impacto nos preços. Políticas de apoio ao arrendamento para jovens e famílias de baixos rendimentos são também importantes.
A nível fiscal, rever impostos sobre a habitação e terrenos pode incentivar a colocação de imóveis no mercado. Promover a descentralização e agilizar os processos de licenciamento urbanístico são medidas que podem acelerar a construção.
Em suma, a solução passa por um conjunto de medidas que aumentem a oferta, regulem o mercado, apoiem quem mais precisa e simplifiquem os processos burocráticos, com uma visão de longo prazo para garantir o acesso à habitação como um direito fundamental.
Muito bem, uma quantidade de ideias de bom senso, ainda que nada de particularmente novo. Na realidade, eu não estava à espera de muito mais. Então voltei à carga: “E para regular o arrendamento, a solução é impor tetos às rendas?”, perguntei. Fui mais parvo do que a IA... Como em todas as coisas complexas, a resposta foi enorme - e tive de pedir para reformular as conclusões numa súmula de menos de 2000 caracteres. Ei-la:
Não necessariamente. Embora possa proteger inquilinos a curto prazo, tetos nas rendas podem reduzir a oferta e o investimento, prejudicando o mercado a longo prazo. Soluções como incentivar a construção, apoiar inquilinos e regular o AL são alternativas.
Algo que é, no fundo, tão evidente que até a máquina percebe.
A mesma máquina que compreende (de quão óbvio que é) que a primeira coisa a fazer quanto ao drama da habitação é “aumentar a oferta”, tanto “pública, como privada” - e que uma das formas de o fazer é pela baixa de todos os impostos sobre os imóveis, para que seja mais apetecível colocar casas no mercado, tanto para venda, como para arrendamento.
Confesso que há momentos em que me apetece que a IA já estivesse a decidir algumas coisas no lugar de (pelo menos alguns) políticos. De certeza que vivíamos todos muito melhor - ironicamente, até eles...
Editor do Diário de Notícias