Cidadania saudável
A esquerda acordou esta semana assustada com o anúncio de Luís Montenegro no congresso do PSD sobre a revisão da disciplina de Cidadania nas escolas.
Durante a tragicomédia do orçamento, o secretário geral do PS desgastou-se e ao seu partido. Acabou por anunciar a viabilização do Orçamento do Estado, quando o poderia ter feito há muito mais tempo, poupando-nos a meses de ópera buffa de má qualidade. Resultado: fragilizou o seu partido, pulverizou-o internamente e deixou o Chega isolado no teatro político como sendo o partido do contra, manipulando a figura da oposição. Não é a primeira vez na história da nossa democracia que um governo minoritário vê o seu orçamento aprovado, em alguns casos até sem grandes negociações, incluindo os famosos (e malditos) PEC de Sócrates. Desta vez, a garantia de viabilização permitiu ao governo da AD reverter algumas medidas preocupantes, implementadas na Educação há décadas. Quem nos garante que, se o anunciasse anteriormente, não seria motivo de negociação orçamental por parte de um PS bloquista e geringonço, como é este de Pedro Nuno Santos?
A afirmação do primeiro-ministro de se retirar as “amarras ideológicas” da disciplina de cidadania não é um jogo porque Luís Montenegro não conseguiu impor um Orçamento mais à direita, como tem sido veiculado por aí. Pode não parecer, mas não é um fait-divers: é uma medida estrutural. Porque, da mesma forma que a esquerda tem por hábito invadir as áreas da cultura e da educação para incutir os seus programas ideológicos, formatando desde tenra idade os jovens a seguir os seus predicados marxistas - veja-se a história da educação em países comunistas - o governo compreendeu que, numa sociedade verdadeiramente livre e de debate saudável, essas marcas ideológicas têm de ser retiradas. A questão daquilo que muitos chamam de “ideologia de género” é uma entre muitas delas. E desengane-se quem ache que isto é uma influência do programa do Chega, como acusaram histericamente na noite do encerramento do congresso do PSD. Esquecem-se que há um partido da AD - o CDS-PP - que tem defendido esta medida há muitos anos, antes até de o Chega existir. Não vale a pena a esquerda portuguesa querer colar o governo a uma pseudo-extrema-direita, lançando o medo, por se anunciar a quebra dos grilhões do pensamento único e anti-científico. Isso só convence incautos. Este momento é o ano zero de reconversão de décadas de lavagens cerebrais, que têm prejudicado a sociedade portuguesa. É bom que o Governo concretize esta medida, ou num orçamento futuro, a rubrica para gastar com a saúde mental dos portugueses poderá ser exponencialmente maior.
Não escreve de acordo com o acordo ortográfico