Os recentes distúrbios em bairros da grande Lisboa, na sequência da morte de Odair Moniz, levantam mais uma vez a questão da falta de meios da PSP..Com efeito, e sem menosprezar outras realidades ligadas ao caso (políticas, sociais, etc.), vem à tona mais uma vez a estafada questão de escassez de efetivos policiais para as missões que estão cometidas à Corporação, nomeadamente nas esquadras relacionadas com os bairros onde ocorreram os incidentes..Em meios urbanos onde se recomenda uma visibilidade notória da Polícia, a frequência de patrulhas, a pé e de carro, o diálogo com a população através de acções de sensibilização e prevenção, temos, ao invès, esquadras com dois ou três efetivos de serviços, não mais, mínimos para manter a porta aberta, atender os telefonemas urgentes, atender queixas diversas… e nada mais!.A verdade é que em Lisboa, como, aliás, no resto do País, o coletivo de agentes da PSP tem vindo a diminuir..Estatísticas publicadas na Comunicação Social e fornecidas pela Direção-Geral da Admiração e do Emprego Público revelam que Portugal perdeu 1.377 efetivos desde 2011, tendo 366 polícias deixado a Corporação só entre 2023 e 2024..Também em declarações públicas, o Presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, informou que o número de efetivos da PSP na capital passou de 8.000 em 2010 para 6.700 em 2024, tendo admitido que se vive hoje na cidade um generalizado "sentimento de insegurança"..Por isso, mais revoltante fica o conhecimento do facto de só em Lisboa existirem pelo menos 7.000 GNRs… a “ver passar comboios”..Onde é que eles estão? Nós dizemos: no Palácio das Necessidades (MInistério dos Negócios Estrangeiros), a guardar e a decorar o edifício; no Palácio de S. Bento (Assembleia da República), a guardar e a decorar o edifício; no Palácio de Belém (Presidência da República), a guardar e decorar o edifício..São 7.000 homens e mulheres fechados e subaproveitados enquanto nas ruas campeia a desordem e a violência….Os soldados da GNR merecem (e querem) ser mais do que “jarrões” decorativos!