Capital do Móvel é hoje a Capital da Esperança
1. ENTRE O FACTO E A OPINIÃO. A História ensina que as crises, como a que atravessamos, exponenciam a crítica, sendo que é sempre mais fácil apontar o dedo, que reconhecer "Aqueles que por obras valerosas / Se vão da lei da morte libertando" (Canto I, Os Lusíadas, Luís de Camões). Aliás, este tempo da vertigem das redes sociais ajuda a essa disseminação e, por vezes, tolda o espírito e omite a ação. O facto, tão sagrado no Direito e no Jornalismo, é relegado para plano inferior e a opinião sobe à tona, por mais disparatada que seja é valorizada, à mercê de juízos precipitados, infundados e, por vezes, até desonestos. Acresce que, esta fúria, associada ao juízo de opinião inquestionável, quase incólume a uma segunda opinião, é incapaz de responder à angústia "quid est veritas". Sendo assim, manifestar gratidão e dizer OBRIGADO, sem qualquer reserva, pode parecer estranho nos dias que correm, porém considero ser da mais elementar justiça.
2. A ESPUMA DOS DIAS NÃO PODE APAGAR A GRATIDÃO. Sendo autarca, e sofrendo na pele com esta pandemia que colocou o meu Concelho no "olho do furação" (chegamos a registar uma média de 350 infeções por dia), sinto-me na obrigação de, publicamente, expressar, em nome dos meus concidadãos, um profundo agradecimento ao Primeiro-ministro do nosso país, António Costa! Faço-o para impedir que a espuma dos dias apague a determinação de quem, liderando o Governo da República, trocou o conforto da capital para marcar presença no meu concelho. O Primeiro-Ministro descolou-se a Paços de Ferreira no dia 21 de outubro do ano passado e imediatamente foram implementadas ações que permitiram controlar a propagação do vírus. Paços de Ferreira rapidamente abandonou o lugar cimeiro dos concelhos mais problemáticos, tornando-se num exemplo nacional! [Sei bem que a situação pode reverter, porque ainda não está clara a imunidade de grupo, que tanto almejamos, nem o número de pessoas vacinadas no nosso concelho é o ideal, pese embora a elevada quantidade de pessoas inoculadas].
3. GOVERNAR É ESTAR PRÓXIMO. O Primeiro-ministro mostrou ser um líder corajoso e destemido, procurando no terreno, lado a lado com os autarcas, as melhores soluções para erradicar o flagelo, transmitir confiança à população e, sobretudo, revelou uma solidariedade notável para com aqueles que, como eu, diariamente, precisam de dar respostas e transmitir alento a centenas de concidadãos. E estas não são palavras de circunstância, antes, atestam para a posteridade que, nestes tempos de profunda crise sanitária, Portugal está a ser liderado por um Primeiro-ministro disponível para arregaçar as mangas, sem se deixar encarcerar na redoma do centralismo que, por regra, tende a produzir decisões à distância. Sei que o Primeiro-ministro foi autarca. Mas não é essa condição que fará dele um decisor mais ou menos sensível às questões dos municípios. O que faz dele um governante competente é o seu exemplo de liderança, a sua visão humanista e universal do país, o sentido de Estado, assente na solidariedade e na coesão social, movido pelo ensejo de eliminar as assimetrias litoral/ interior ou norte/sul, que impedem a construção de um país mais justo e equitativo.
4. A CAPITAL DA ESPERANÇA. Sendo Paços de Ferreira a Capital do Móvel, com uma forte componente internacional, as nossas empresas e os nossos empresários resistiram a crises passadas, nomeadamente, económicas e muito severas. Portanto, sinto muito orgulho de ser o Presidente da Câmara Municipal de Paços de Ferreira que tem na sua identidade a marca do trabalho, os valores da solidariedade e uma invulgar capacidade de superar dificuldades! Somos o segundo concelho mais jovem de Portugal! Isso permite-nos sonhar e construir todos os dias um concelho atrativo e bom para viver e crescer. Isso permite-nos acreditar na Ferrovia do Vale do Sousa para nos ligar ao mundo, incluindo Paços de Ferreira na senda das cidades médias urbanas e europeias que investem em energias limpas, na economia circular, alinhados nas grandes opções ambientais da Europa mais evoluída. Respondemos aos desafios como parceiros da Governação e, felizmente, a nossa indústria não parou e continua a recrutar mão-de-obra altamente qualificada, assumindo novos desafios: em parceria com a Universidade de Aveiro estamos a projetar o Móvel do Futuro, arrojado, inovador e integrador da tecnologia da Internet das Coisas. Porque a forte aposta que foi feita na Educação e na formação profissional dos nossos jovens e da nossa população faz de nós um concelho único e diferenciador à escala nacional!
Presidente da Câmara Municipal de Paços de Ferreira