Calhou em Conversa

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Calhou em conversa constrói-se com palavras, histórias e opiniões que ouvimos: como conhecemos a Maria Rosa, o que a professora Joaquina nos contou, a viagem que partilhamos com a tia Julieta, o que ouvimos na rua, no jantar de família, na escola, no trabalho com mulheres que vivem em África do Sul, Angola, Argentina, Áustria, Brasil, Cabo Verde, China, Egipto, Espanha, França, Guiné-Bissau, Marrocos, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe, Timor-Leste, …

Parece mesmo que foi por acaso. Mas não. Foi por confiança (porque nos conhecemos tão bem, porque ainda agora nos encontramos). Assim: mulher que confia em mulher e perde o medo de falar.

Observamos que acontece sempre alguma coisa quando dizemos “a mulher é um ser humano” ou “mulher e homem têm direitos iguais”. Hoje, em qualquer parte do mundo, estas frases são evidências estranhas. Há um “mas” que as tenta desmentir logo a seguir:

Mulher e homem têm direitos iguais, mas a mulher não pode…

Mulher e homem têm direitos iguais, mas a mulher deve…

Mulher e homem têm direitos iguais, mas o homem é…

Mulher e homem têm direitos iguais, mas o homem tem…

Mulher e homem têm direitos iguais, mas…

Fazemos e propomos fazer um exercício no quotidiano. Ouvindo, conversando, perguntamos: O que aconteceria se eu fosse um homem na mesma circunstância?

Sabemos que a aceitação do machismo, dos estereótipos sexistas e da misoginia continua a legitimar poderes, a violência contra a mulher, preconceitos, generalizações monoculturais, simplistas, superficiais e obsoletas. No entanto a Igualdade de Género enquanto prática e pensamento é transversal e primordial para a defesa dos Direitos Humanos e alcance do Desenvolvimento Sustentável em todos os lugares e em qualquer parte do mundo. Já todos o reconhecem.

As nossas conversas caminham, têm perguntas, reflexões, são imprevistas. Não as poderemos traduzir todas aqui, mas no essencial: as mulheres transformam as suas vidas com um impacto superior no coletivo, nas famílias, nas sociedades.

A sua autodeterminação, valorização e liberdade multiplicam o progresso, o desenvolvimento e a justiça social.

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