Associar para crescer: a força do associativismo empresarial
Quando hoje falamos de Associativismo, ou pensamos associar-nos a uma determinada entidade, logo nos vem à cabeça, que produtos e que serviços é que essa Associação tem que nos possam ser vantajosos, quando comparados com o que teríamos se não fossemos associados.
Mas quando pensamos no que esteve na origem do nascimento do Associativismo, percebemos que a instituição Associação, vai muito para além dessa preocupação.
Consta que o associativismo tem raízes antigas. Já na época medieval, existiram as guildas, que mais não eram senão associações de profissionais, por exemplo, de sapateiros, alfaiates ou artesãos. Parece que o termo guilda vem do germânico arcaico e significa “pagamento”, porque já nessa altura, havia lugar ao pagamento de uma quantia regular, que servia para assegurar o funcionamento da associação.
Mais tarde, com a Revolução Industrial, o associativismo ganhou uma nova dimensão, ligada ao mundo laboral, com formação de sindicatos e associações empresariais, já mais próximo do que hoje temos.
Ao longo do tempo, e referindo-me à vertente empresarial, o associativismo foi-se consolidando como uma estratégia importante para aumentar a competitividade das empresas e influenciar as políticas públicas, num lobbying legal e salutar, e sem qualquer sentido depreciativo.
E este caráter cooperativo, tem sido uma força importante para o nosso progresso económico, mas também social, ajudando a equilibrar forças e a promover o desenvolvimento sustentável de diversos setores, em particular do Turismo, que é aquele que melhor conheço.
As associações têm como substrato as pessoas, neste caso empresários que, unindo-se, defendem melhor os seus interesses, e assim se tornam uma voz forte e influente, nomeadamente perante as entidades do Estado, mas também perante os sindicatos.
Uma contratação coletiva, quando realizada por associações de empregadores e sindicatos, permite uma negociação em condições de igualdade, onde cada parte representa os seus interesses de forma estruturada, assegurando acordos equilibrados que promovem a competitividade e a estabilidade laboral, contribuindo para um mercado de trabalho mais justo, previsível e equilibrado, beneficiando tanto empregadores como trabalhadores.
E daqui advém a importância de as empresas se associarem e beneficiarem de uma contratação que resultou deste equilíbrio, e que lhes permite aplicarem regras laborais mais consentâneas com as especificidades da sua atividade. E se há atividade com muitas especificidades, o Turismo é, certamente, uma delas.
Mas o Associativismo é de tal forma livre, que permite que uma qualquer empresa se filie em mais do que uma Associação, que até podem ser concorrentes entre elas, podendo beneficiar das vantagens de ambas, e podendo aplicar a contratação coletiva de apenas uma delas.
Tal como há centenas de anos atrás, vivemos hoje tempos desafiantes, que aconselham a que nos unamos, na defesa de interesses comuns.
Em suma, as associações desempenham um papel fundamental na promoção do bem-estar social, no desenvolvimento comunitário e na defesa dos direitos coletivos e individuais. Num mundo cada vez mais complexo e interligado, tornam-se ainda mais importantes como ferramenta para a evolução humana.
Por isso, é fundamental que as pessoas se “engajem” nas associações que representem os seus interesses e valores, contribuindo para a construção de uma sociedade mais justa, solidária e democrática. Juntos, podemos fazer a diferença!
Não se trata apenas do que o Associativismo pode fazer por nós, mas do que nós podemos fazer pelo Associativismo!
Secretária-geral da AHRESP