Ano novo, esperança renovada

Ano novo, esperança renovada

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A viragem do ano está quase sempre associada à renovação de esperança e à expetativa de que o ano vindouro seja melhor do que aquele que termina. Para aquelas e aqueles que sentem que o ano novo dificilmente será melhor do que o atual, ficam explícitos os meus parabéns.

Ainda há poucos meses Portugal mereceu a visita de Sua Santidade, o Papa Francisco, que através da sua simplicidade vai conquistando terreno e fazendo avançar a Santa Sé nos seus usos e costumes. Os exemplos são muitos do quanto a Igreja Católica tem evoluído sob o pontificado deste Papa.

Um desses exemplos foi a recente decisão de Francisco ao referir e esclarecer a posição da Santa Sé relativamente à “bênção de casais em situações irregulares e de casais do mesmo sexo”. Trata-se da permissão para administrar bênçãos a casais do mesmo sexo por parte dos padres católicos.

O Papa Francisco já por várias vezes tinha tentado abordar a questão. Primeiro em 2016, posteriormente em 2021 e mais recentemente em outubro último. Finalmente, no passado dia 18 de dezembro, esta possibilidade foi consagrada.

Ora, tendo já deixado clara a posição favorável da Igreja quanto à “bênção de casais em situações irregulares, a questão premente é que continua a ficar de fora um vasto conjunto de católicos. Veja-se o caso dos casais em que um dos cônjuges é solteiro e o outro divorciado, onde o “castigo” continua a ser demasiado pesado.

Devido à vicissitude do divórcio, o casal não pode casar pela Igreja porque um dos nubentes é divorciado e, esse, independentemente da dimensão da sua crença, carrega nos ombros um fardo desmesurado. Para além do impedimento citado, o casal não poderá ver concedida a bênção devido à sua “condição”.

E a “punição” não fica por aí. Há ainda uma penalização duríssima para o nubente crente em Deus e na Igreja Católica Apostólica Romana. O que casou com um semelhante em termos de crenças, também essa ou esse Católico Apostólico Romano, mas com a mácula de ser divorciado, ficará impedido de receber a bênção do Sacramento do matrimónio.

O facto é a defesa do casamento como união indissolúvel entre homem e mulher, feita pelo Vaticano, e que penaliza e leva ao pecado aqueles que por amor se decidem juntar em matrimónio.

Será que 2024 trará novidades a estes proscritos por parte da Santa Sé? É verdade que este grupo não costuma fazer marchas ou protestos, mas o número de pessoas nessa condição é grande e merecedor de atenção. O divórcio não retira a fé a um católico, apenas lhe confere a possibilidade de continuar a procurar a mesma felicidade que Jesus convidou a encontrar.

É com bons olhos que se assiste à modernização da Igreja, mas considerando menos o ruído dos média e das redes sociais e mais as pessoas que constroem e mantêm firme a essência do catolicismo.

Aqui ficam os votos de um próspero ano de 2024, com muita paz, saúde, amor e esperança renovada.

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