Somos ser sociais - é um facto - e a interação social é fundamental para um processo de desenvolvimento saudável e para a preservação da saúde psicológica. Ao mesmo tempo, é igualmente importante sentirmo-nos bem na nossa pele, connosco mesmos, sabendo desfrutar da nossa própria companhia. Porque estar sozinho não significa estar só.Vivemos tempos de muita imediaticidade. Somos bombardeados constantemente com informação e estímulos diversos, e a rapidez com que saltitamos entre temas e atividades é, por vezes, estonteante. Somos desafiados a fazer n coisas ao mesmo tempo e o foco de atenção em cada uma delas pode revelar-se demasiado curto. As redes sociais incentivam as mensagens rápidas, e um simples vídeo de cinco minutos é sentido como demasiado extenso por muitas pessoas.Vivemos em correria, em contrarrelógio.Vivemos à pressa, cheios de ruído à nossa volta, e com a sensação de estamos permanentemente em falta, tantas vezes sem o devido tempo para parar, respirar e sentir.Vivemos muitas vezes desconectados com o nosso próprio ser.Quando foi a última vez que tomou um café ou um chá consigo mesmo?Que se autorizou a desligar o telemóvel e a sentar-se a descansar?Que se atreveu a olhar para dentro e a revisitar os seus pensamentos e emoções?Que retirou prazer da sua companhia?Que se permitiu simplesmente a estar, em silêncio?Por vezes, é preciso desacelerar e redefinir as prioridades. Dar tempo e espaço ao “eu”, para que consiga coexistir de forma mais saudável com os outros.Aprender a ouvir o silêncio e a voz interior.Porque, afinal de contas, é connosco que vamos passar o resto da nossa vida. Psicóloga clínica e forense, terapeuta familiar e de casal