A Paz importa cada vez mais

Há mais de um ano que o continente europeu mergulhou numa guerra, duas décadas depois de uma paz que achávamos duradoura. Sem que ninguém previsse, o conflito chegou. Veio quase às nossas fronteiras e toca-nos agora mais do que nunca. E pior que as armas apontadas a civis indefesos que, apesar do clima sempre tenso, viviam a sua vida como cada um de nós, aqui a mais de 4000 km de distância, está a ausência de certeza sobre o futuro. O fim desta guerra de Estados (não de pessoas) não se vislumbra.

É, por isso, cada vez mais urgente pensar e criar uma agenda de Paz para garantir que indivíduos e sociedades progridam e prosperem.

Há, como sabemos, várias formas de promover a Paz. Seja, num quadro governamental, através da diplomacia, negociação e mediação ou, num quadro individual, pela via da educação dos cidadãos. Esse deve ser o foco da sociedade, o papel de cada um de nós é fulcral para alcançar a paz. Os Governos vêm e vão, são passageiros. Mas ao promovermos em cada cidadão a educação para a paz temos a certeza de estarmos a criar uma sociedade baseada nos valores da Cidadania e do respeito mútuo. São as sementes que hoje plantamos que vão dar frutos amanhã. Frutos sólidos, ao invés de políticas passageiras.

A Educação para o Desenvolvimento, pela via da consciencialização e compreensão das causas e problemas, promove uma abordagem essencial para preparar a população para lidar com os desafios globais e para contribuir para um mundo mais justo, sustentável e, claro, mais pacífico.

A tão ambicionada cultura de Paz apenas pode ser alcançada se tivermos em conta o papel essencial que a Educação para o Desenvolvimento desempenha, primeiro, no plano pessoal e, mais tarde, no plano comunitário.

Fornecendo às pessoas as ferramentas necessárias para lidar com questões complexas, como a desigualdade, a exclusão social e a violação de direitos humanos, de forma colaborativa, a Educação para o Desenvolvimento ajuda a prevenir conflitos e a semear um clima de Paz entre diferentes grupos sociais e culturais. Vejamos:

A Educação para o Desenvolvimento, para além de promover compreensão e empatia, construindo pontes, ajuda-nos a compreender as causas estruturais dos conflitos, fomentando sempre o pensamento crítico e a análise informada daquilo que nos rodeia.

A Paz importa-nos cada vez mais. A mudança necessária começa por cada um de nós. A Educação para o Desenvolvimento, ao colocar no centro da sua atuação a dignidade e o respeito por todos os seres humanos, possibilita uma janela de oportunidade para a construção de uma sociedade compreensiva, solidária e harmoniosa. Vamos abraçar a Paz?

Diretora Executiva da ADRA Portugal

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