A nova corrida ao ouro
1 A nova corrida ao ouro O ouro tem sido um dos ativos mais procurados nas últimas semanas, registando uma valorização superior a 30% este ano e atingindo sucessivos máximos históricos. A trajetória de alta começou no início deste século e o preço já decuplicou desde 2001. Entre as principais razões para este bull market destacam-se o interesse dos bancos centrais em diversificar reservas, os conflitos internacionais, as eleições nos EUA e a atratividade de um mercado em ascensão. Alguns defendem que o ouro continua barato, baseando-se no seu peso nas reservas globais ou na relação entre o preço e o crescimento das massas monetárias. Outros, ao analisarem o preço ajustado pela inflação, consideram que o ativo já se encontra sobrevalorizado.
2 O que faz o Brasil no “eixo do mal”? A criação de uma plataforma de cooperação alternativa ao Ocidente era, inicialmente, compreensível e aceitável. Contudo, muito mudou desde 2009, altura da primeira Cimeira BRIC. Hoje, o grupo expandido aproxima-se mais de um “eixo do mal”. A reunião deste mês na Rússia foi simbólica nesse sentido, presidida por um chefe de Estado sobre o qual pende um mandado de captura emitido pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) - a mera presença na reunião significa desvalorizar o TPI. A presença do Brasil ao lado de autocracias onde o Estado de Direito é muito maltratado, como o Irão, a China, a Rússia ou a Arábia Saudita causa estranheza. O que faz o Brasil ali? Afinal, diz-me com quem andas, dir-te-ei quem és.
3 O mercado aposta em Trump As casas de apostas atribuem 60% de probabilidade de vitória a Donald Trump e os mercados financeiros concordam. As taxas de juro de longo prazo em dólares estão a subir, tal como a moeda norte americana e as ações de setores que se antecipa sejam beneficiados por Trump. Também é visível a retração dos mercados emergentes, que poderão ser mais afetados pela introdução ou agravamento de tarifas.
4 China: Xi em momento Draghi Perante um cenário de implosão do mercado imobiliário (que valia 30% do PIB), desaceleração económica, deflação, subida do desemprego e inevitável descontentamento, o Governo chinês parece finalmente decidido a intervir de forma abrangente. Até agora, Xi Jinping mostrava-se relutante em endividar-se para estimular a economia. No entanto, nas últimas semanas, foram anunciadas várias medidas, das quais se destacam duas, além da redução das taxas de juro: a aceitação de ações de empresas cotadas como colateral para empréstimos junto do Banco Central; e um plano de saneamento financeiro para Governos Locais, o que implica a emissão de milhares de milhões de yuans em dívida pública. O valor total deste pacote fiscal ainda não foi divulgado, mas a abordagem sugere algo semelhante ao célebre “tudo o que for necessário” de Mario Draghi, em julho de 2012.