Novo trimestre de prejuízos afasta Gol da privatização da TAP

As contas da brasileira Gol voltaram a desiludir. No primeiro trimestre deste ano, a companhia aérea brasileira voltou a perder receita, apesar de ter transportado mais passageiros. Os maus resultados, sabe o Dinheiro Vivo, são a principal razão para que a companhia liderada por Paulo Kakinoff esteja cada vez mais longe de apresentar uma proposta para compra da TAP.
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Os três primeiros meses do ano representam o décimo terceiro trimestre de prejuízo para a Gol e, desta vez, a perda foi sete vezes maior do que a registada no mesmo período de 2014.

A empresa brasileira tem acompanhado o processo de privatização da companhia aérea nacional desde o início e assinou o acordo de confidencialidade com o Governo para aceder ao data-room de informação, mas os maus resultados estão a causar certas dúvidas.

A penalizar as contas da Gol esteve a queda do real face ao dólar que se juntou a uma tendência de desvalorização de tarifas, que se assiste um pouco por todo o mundo. No total, a receita das passagens caiu 2,5% para 56,8 milhões de reais. A companhia conseguiu aumentar a ocupação dos aviões - para 78,1% -, mas ainda assim a yield, indicador que mede os preços das viagens, caiu 8,6%.

Não fosse a queda do preço dos combustíveis e não teria sido possível apresentar um lucro operacional que, apesar de tudo, ainda se ficou em 153,8 milhões de reais, mais 6,5% do que em igual período de 2014. Sem os combustíveis, os custos unitários aumentaram 12,4%, ainda quase tenha cortado despesas em leasing de aeronaves, redução de custos comerciais e de publicidade e amortizações e provisões. Contas feitas, a Gol fechou os primeiros três meses do ano com um novo prejuízo líquido de 673 milhões de reais.

Ainda não há certezas se o interesse da Gol e do consórcio de Miguel Pais do Amaral e Frank Lorenzo se irá transformar em ofertas de compra.

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