WikiLeaks diz que Assange está a ser espiado na embaixada do Equador
Julian Assange, fundador da WikiLeaks, terá sido alvo de uma sofisticada operação de espionagem na embaixada do Equador em Londres, onde está escondido desde 2012, informou a WikiLeaks esta quarta-feira.
"A WikiLeaks descobriu uma extensa operação de espionagem contra Julian Assange dentro da embaixada do Equador," disse Kristinn Hrafnsson, editor-chefe da WikiLeaks, acrescentando que o "despejo" de Assange da embaixada poderia acontecer a qualquer momento.
A relação de Julian Assange com os seus anfitriões não está nos melhores termos. O fundador da WikiLeaks foi acusado pelo Equador de partilhar informações sobre a vida pessoal do presidente Lenin Moreno e o próprio Moreno disse que Assange violou os termos do seu asilo.
"Sabemos que houve um pedido para entregar os registos de visitantes da embaixada e as gravações de vídeo das câmaras de segurança," disse Hrafnsson aos repórteres, acrescentando que supunha que essas informações tivessem como destino a administração norte-americana.
Kristinn Hrafnsson não forneceu imediatamente provas que sustentassem as suas acusações.
Julian Assange tem divido a opinião pública: para uns, é um herói por expor o que acredita ser o abuso de poder dos Estados modernos e por defender a liberdade de expressão. Mas para outros, é um rebelde perigoso cujas ações se limitaram a enfraquecer a segurança dos Estados Unidos.
O fundador da WikiLeaks procurou refúgio na embaixada do Equador para evitar ser extraditado para a Suécia, onde as autoridades o queriam interrogar por estar acusado de agressão sexual. A queixa foi entretanto arquivada, mas a WikiLeaks admite que os EUA queiram levá-lo à justiça: a organização chocou com Washington, por ter publicado centenas de milhares de comunicações diplomáticas confidenciais dos EUA. No início de 2010, a organização divulgou um vídeo secreto dos EUA que mostrava um ataque de helicópteros Apache em 2007 a matar 12 pessoas em Bagdade, incluindo dois membros de uma equipa de notícias da agência Reuters. Ainda em 2010, a organização divulgou mais de 90.000 documentos secretos que detalhavam a campanha militar liderada pelos Estados Unidos no Afeganistão, a que se seguiu a divulgação de quase 400.000 relatórios militares a detalhar as operações dos EUA no Iraque.