"Sem precedentes". Ciberataque que começou por afetar Ucrânia atinge Europa e Estados Unidos

Bancos, governo ucraniano e até o aeroporto de Kiev foram atingidos. Várias empresas europeias denunciaram ataques aos servidores
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Começou por ser noticiado na Ucrânia, como um ataque "sem precedentes", mas rapidamente se estendeu ao resto do mundo e empresas da Rússia, Reino Unido, Espanha, Dinamarca França e dos Estados Unidos estão a reportar esta terça-feira problemas informáticos provocados por um vírus ainda desconhecido, mas que se teme ser um novo tipo ataque do género do WannaCry, que esteve na origem de um ciberataque em larga escala no passado mês de maio.

A empresa de segurança informática Kaspersky, no entanto, diz que uma investigação preliminar aponta para que o vírus não seja o Petya, nem uma nova versão do WannaCry, mas sim algo "nunca antes visto".

Várias instituições da Ucrânia foram atingidas por uma onda de ciberataques, incluindo bancos, o distribuidor de energia estatal e o principal aeroporto de Kiev, provocando eventuais atrasos nos voos com chegada e partida da capital ucraniana, informou o Banco Central ucraniano.

O sistema de monitorização de radiação da central nuclear de Chernobyl também foi afetado, disse uma porta-voz à AFP, mas uma agência noticiosa ucraniana, de acordo com o Telegraph, diz que todos os sistemas já estão a funcionar normalmente.

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O vice-primeiro-ministro ucraniano Pavlo Rozenko informou também que a rede informática do governo está em baixo, tendo colocado no Twitter uma imagem de um ecrã de um computador que mostra uma mensagem de erro.

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Na Rússia, a petrolífera Rosneft informou também que um ciberataque atingiu os servidores da empresa. À Reuters, a empresa de segurança Group-IB, com sede em Moscovo, explicou que o ataque parecia ser coordenado e visar sobretudo computadores na Rússia e Ucrânia.

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Entretanto, já durante a tarde desta terça-feira, outras empresas fora da Ucrânia e Rússia assumiram estar a ser atingidas por uma onda de ciberataques, remetendo para um cenário semelhante ao que aconteceu em maio, quando empresas e organizações de cerca de 150 países foram alvo de um vírus que impedia o acesso aos ficheiros nos computadores, exigindo em troca um pagamento para resolver o problema.

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A Maersk, que opera nos setores dos transportes e energia e tem sede em Copenhaga, confirmou que o sistema informático da empresa foi afetado por um ciberataque que provocou falhas em várias regiões. "Podemos confirmar que as falhas são causadas por um ciberataque", disse uma porta-voz da empresa, citada pela agência Reuters.

A britânica WPP, a maior agência de publicidade do mundo, também confirmou à Reuters ter sofrido um ciberataque, sem acrescentar detalhes, assim como o grupo industrial francês Saint-Gobain.

Nos Estados Unidos, o ataque afetou a farmacêutica Merck, que é uma antiga filial da Merck alemã, segundo a AFP.

À BBC, Alan Woodward, perito informático da Universidade de Surrey, disse que o vírus que está a afetar computadores parece ser "uma variante" do ransomware que emergiu no ano passado - assim chamado porque "sequestra" os ficheiros no computador e pede resgate, muitas vezes exigindo pagamento em bitcoins. "Foi atualizado no início de 2017 pelos criminosos, quando certos aspetos foram controlados. O ransomware chamava-se Petya e a versão atualizada chama-se Petrwap".

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A empresa de segurança informática Kaspersky diz que uma investigação preliminar aponta para que o vírus não seja o Petya, nem uma nova versão do WannaCry, mas sim algo "nunca antes visto".

A Kaspersky aconselha os utilizadores a atualizarem as definições Windows.

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