Trump volta a ameaçar impor tarifas de 25% a automóveis europeus

Presidente dos Estados Unidos relança ameaça em impor tarifa de 25 por cento sobre os automóveis europeus
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O Presidente norte-americano, Donald Trump, relançou esta quarta-feira em Davos, Suíça, a ameaça norte-americana de imposição de tarifas sobre as importações europeias de automóveis.

"É mais difícil negociar com a União Europeia do que com quem quer que seja. (A UE) lucrou com o nosso país durante tantos anos", afirmou Trump numa entrevista à Fox News. "No fim será muito simples porque se não pudermos fazer um acordo comercial (com a UE), deveremos impor uma tarifa de 25% sobre os automóveis (europeus)", adiantou Trump.

Trump acrescentou que a sua atenção se voltaria agora para a Europa, depois de selar uma trégua com a China após vários anos de uma guerra comercial que desestabilizou a economia mundial.

"Queria esperar até terminar a negociação com a China, para ser sincero. Gosto sempre de ser muito transparente. Não queria estar em braço de ferro com a China e com a Europa ao mesmo tempo".

Antes dos comentários de Trump, já tinha havido um aviso do secretário do Tesouro dos EUA, Steven Mnuchin, de que Washington cumprirá com a imposição de tarifas automóveis há muito ameaçadas caso os europeus cobrem um imposto digital contra as grandes empresas tecnológicas americanas.

"Se quiserem cobrar impostos arbitrariamente sobre as nossas empresas digitais, consideraremos cobrar impostos arbitrariamente sobre as fábricas automóveis", disse Mnuchin, num painel de discussão do Fórum Económico Mundial, em Davos.

As relações comerciais entre a União Europeia e os EUA deterioraram-se logo após Trump chegar ao poder, há três anos, e declarar uma guerra contra o défice comercial com a Europa.

As primeiras "zangas" transatlânticas ocorreram quando Trump impôs tarifas sobre importações de aço e alumínio, principalmente da UE, ao que os europeus responderam tributando produtos icónicos dos EUA, incluindo jeans e motos.

Trump então ameaçou avançar com tarifas sobre os carros europeus, o que é particularmente preocupante para a Alemanha, mas até agora recuou, sob a pressão dos legisladores americanos.

Os EUA e a UE concordaram em procurar um acordo comercial em julho de 2017, como uma trégua provisória, mas as negociações bloquearam sobre os produtos agrícolas.

Agora, estes comentários de Trump chegam um dia depois que o presidente norte-americano ter dito que teve uma reunião positiva com a nova presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, sobre um novo pacto comercial.

Uma fonte diplomática francesa disse no fim de semana que o presidente francês Emmanuel Macron e Trump concordaram em conversar por telefone para tentar desenhar um acordo que evite "uma guerra comercial que não beneficiará ninguém".

Boeing é "uma deceção" e Apple deve "ajudar" a polícia

Numa outra entrevista à CNBC em Davos, o Presidente norte-americano classificou o construtor Boeing, mergulhado na crise do 737 MAX, como uma "grande grande deceção". A "Boeing é uma grande grande deceção para mim", afirmou.

A norte-americana Boeing anunciou na terça-feira que o 737 MAX não voará antes de meados de 2020, devendo assim aumentar a conta dos contratempos deste avião, no chão há mais de dez meses na sequência de dois acidentes, dos quais resultaram 346 vítimas mortais.

Na entrevista à CNBC em Davos, o Presidente norte-americano também pediu à norte-americana Apple para "ajudar" a polícia a ter acesso a dados criptografados dos seus telefones, caso seja necessário.

Este conflito entre o Governo e a gigante da tecnologia é recorrente. "A Apple deve nos ajudar. Eu realmente quero. Eles têm a chave para ter acesso a tantos criminosos", disse Trump.

Novos países com restrições de entrada de cidadãos nos EUA

O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, confirmou esta quarta-feira que o seu Governo vai adicionar "alguns países" à sua controversa lista de estados cujos cidadãos estão proibidos de entrar nos Estados Unidos ou sujeitos a severas restrições.

O jornal norte-americano Wall Street Journal noticiou esta quarta-feira que o Governo dos EUA vai adicionar sete estados africanos e asiáticos - Bielorrússia, Nigéria, Eritreia, Quirguistão, Myanmar, Sudão e Tanzânia - à lista de países com restrições de entrada.

"Estamos a adicionar alguns países (a esta lista)", admitiu esta quarta-feira Trump, em declarações à margem do Fórum Económico Mundial, que decorre na cidade suíça de Davos, até sexta-feira.

O Presidente norte-americano preferiu não revelar o número nem os nomes dos países incluídos, ficando por confirmar a informação divulgada pelo Wall Street Journal.

De acordo com este jornal, os cidadãos dos sete novos países afetados não ficam automaticamente banidos de entrada nos Estados Unidos, mas ficam condicionados na alfândega, podendo ser sujeitos a tipos específicos de vistos.

O Wall Street Journal diz ainda que a Casa Branca admite adicionar mais alguns países à lista de sete já comprometidos, mas o Departamento de Estado rejeitou comentar esta possibilidade.

A lista atual de países com restrições de entrada nos EUA centra-se em países de maioria muçulmana e inclui Irão, Líbia, Somália, Síria, Iémen e Coreia do Norte.

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