Trump está a ser processado pela mulher que o acusou de a ter violado

Em junho, a jornalista E.Jean Carroll acusou o presidente dos EUA de a ter violado na década de 1990. Donald Trump negou a agressão sexual e criticou-a. Foi a reação que motivou um processo judicial por difamação.
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A mulher que acusa Donald Trump de a ter violado há mais de 23 anos nos provadores da loja Bergdorf Goodman, em Nova Iorque, entrou esta segunda-feira com um processo de difamação contra o presidente dos Estados Unidos.

A base desta ação judicial é a reação de Donald Trump à acusação que E. Jean Carroll fez em junho. O presidente negou ter violado a jornalista. "Eu vou dizer isto com muito respeito: antes de mais nada, ela não faz o meu género, em segundo lugar, nunca aconteceu, nunca aconteceu, ok?", disse numa entrevista ao site The Hill.

"Uma mentira completa", insistiu Trump. "Eu não sei nada sobre essa mulher, é uma coisa terrível que as pessoas possam fazer tais acusações", acrescentou.

Agora E. Jean Carroll está a processar o presidente dos EUA que, segundo a jornalista, mentiu ao negar a violação.

Donald Trump prejudicou a sua "integridade, dignidade e honestidade" quando negou as acusações em junho, afirmou Carroll.

O relato da jornalista sobre a alegada violação numa loja da 5ª Avenida, em Nova Iorque, foi revelado na New York Magazine, como fazendo parte de um excerto das suas memórias que foram publicadas em julho. A jornalista refere que a agressão sexual ocorreu entre o outono de 1995 e a primavera de 1996.

"Nenhuma pessoa deve estar acima da lei, incluindo o presidente", diz jornalista

A Casa Branca já fez saber pela sua porta-voz Stephanie Grisham que o processo não tem importância e a história "é falsa como a sua autora". "A história com que ela tentou vender o seu livro de lixo nunca aconteceu, ponto final", sublinhou.

Em junho, além de negar a violação, Trump afirmou que não conhecia Carroll, que ela estava a mentir e que pretendia com a acusação aumentar as vendas do seu livro.

Na queixa, Carroll conta que depois da alegada violação, contou o sucedido a duas amigas, a escritora Lisa Birnbach e a antiga jornalista da WCBS Carol Martin, e que não denunciou Trump às autoridades por temer uma retaliação do agora presidente dos EUA.

A jornalista afirmou que decidiu tornar pública a sua história depois de denúncias de alegadas más condutas sexuais do produtor de Hollywood Harvey Weinstein, que originaram o movimento #MeToo.

"Nenhuma pessoa deve estar acima da lei, incluindo o presidente", fez notar E. Jean Carroll num comunicado divulgado pelos seus advogados.

A jornalista foi a 16.ª mulher a acusar o atual chefe de Estado norte-americano de atos que configuram crime.

Summer Zervos, antiga concorrente de O Aprendiz, programa que Trump apresentou antes de se tornar presidente, também está a processá-lo por difamação. Acusa-o de a beijar sem a sua autorização e de a tocar indevidamente num hotel em Beverly Hills. A ação judicial de Zervos entrou no tribunal depois de Trump considerar a acusação uma "fraude".

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