Trump na ONU: "O futuro não pertence aos globalistas, pertence aos patriotas"

O presidente norte-americano defendeu que o propósito das suas políticas é "a harmonia e a paz" e justificou perante os líderes mundiais reunidos em Nova Iorque as suas posições no que diz respeito à imigração ilegal como uma forma de "proteção dos direitos humanos e da dignidade" do seu povo.
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Foi um Donald Trump conciliador e defensor férreo das suas ideias para os Estados Unidos que se dirigiu aos líderes mundiais reunidos em Nova Iorque na Assembleia das Nações Unidas. Num discurso de cerca de 40 minutos, o presidente americano defendeu a sua política anti-imigração como uma forma de proteção dos "direitos humanos e da dignidade" do seu povo, "colocando ponto final ao tráfico humano e acabando com as redes de crime associadas".

Trump classificou as políticas de abertura de fronteiras como "cruéis e maléficas", razão pela qual defende que "todas as nações têm o direito absoluto de defender as suas fronteiras". "Quero agradecer ao presidente do México pela grande colaboração que tem tido com a nossa política de imigração, e com a nossa vontade de querer parar o fluxo de imigração ilegal. E por isso apelo para que as pessoas não se ponham em perigo a si e às suas crianças. Enquanto for o presidente dos Estados Unidos não deixarei que entrem ilegalmente pelas nossas fronteiras, que temos de proteger para dar um futuro ao nosso povo", sublinhou.

O polémico tema da imigração ilegal fez o presidente americano anunciar que o seu propósito é que "todas as nações floresçam com paz e se afastem da brutal opressão que acontece em Cuba e Venezuela". E nesse sentido lançou um ataque ao presidente venezuelano: "O ditador Nicolás Maduro é uma marioneta cubana, protegido pelos guarda-costas cubanos, escondendo-se do seu povo enquanto Cuba saqueia as riquezas petrolíferas para sustentar as suas regras corruptas e comunistas."

Donald Trump assumiu no seu discurso que "os líderes sábios são aqueles que colocam em primeiro lugar o seu país e é a esses a que o futuro pertence"."O futuro não pertence aos globalistas. O futuro pertence aos patriotas", reforçou. E, nesse sentido, lembrou que foi seguindo esses princípios que os Estados Unidos têm agora "um programa de políticas económicas que os colocam nos mais altos níveis ao longo dos séculos", destacando que "meio milhão de americanos abandonou o estado de pobreza no último ano".

Nas questões económicas, Trump mostrou-se um hábil diplomata, destacando a sua política "ambiciosa" de "acabar com a injustiça no país". "A nossa balança comercial é agora mais justa e equilibrada", disse, lembrando os "progressos" nas relações comerciais com o Japão e a estreita cooperação com o Reino Unido, numa altura em que os britânicos se preparam para o Brexit. Isto antes de deixar um remoque à China, acusando-a de "não ter cumprido promessas" em relação a reformas na área das trocas comerciais.

"A China não só se recusou a avançar para as reformas prometidas, como adotou um modelo económico dependente de pesados subsídios estatais, da manipulação de moeda, dumping de produtos, transferências forçadas de tecnologia e roubo de propriedade intelectual e também de segredos comerciais em grande escala", atirou, lembrando que "nunca" aceitará "maus negócios para o povo americano", admitindo que pretende "uma mutua cooperação com a China, com ganhos para os dois lados".

Aviso ao Irão com mensagem de paz

O Irão foi outro dos visados por Donald Trump no discurso nas Nações Unidas, tendo classificado o regime de Teerão como uma das "maiores ameaças à segurança das nações que amam a paz", razão pela qual apelou a que essas nações "não subsidiem a sede de sangue do Irão".

"O regime iraniano tem um largo registo de morte e destruição, ao mesmo tempo que está a desperdiçar a riqueza e o futuro do Irão, numa procura fanática pelas armas nucleares", acrescentou, lembrando que os EUA impuseram "o mais alto nível de sanções" económicas ao Irão. "Enquanto se mantiver este comportamento ameaçador, as sanções não serão levantadas e serão até reforçadas", garantiu Trump.

"A América nunca irá tolerar os extremismos e queremos relações normalizadas entre Israel e os seus vizinhos. Por isso, o Irão tem de erradicar a pobreza e, após 40 anos de falhanços, é altura de construírem algo e colocaram o povo iraniano primeiro lugar, com paz e respeito pelos outros. Não acreditamos em inimigos permanentes. Queremos parceiros e não inimigos", frisou o líder americano, num tom apaziguador, reforçando a ideia de que "o objetivo dos EUA é a harmonia e a paz, não conflitos ou guerras intermináveis".

A defesa das mulheres, LGBT e diferenças religiosas

Donald Trump assumiu ainda uma defesa do direito à igualdade das mulheres e a comunidade LGBT, lembrando que enquanto presidente defende os valores americanos. "Reafirmamos o direito de todas as pessoas viverem com dignidade", disse, garantindo estar "a trabalhar com outros países para que se acabe a criminalização da homossexualidade".

"É fundamental, não apenas para a prosperidade de uma nação, mas também para sua segurança nacional, procurar o desenvolvimento económico das mulheres, ajudando-as a serem mais fortes financeiramente, seguras e estáveis", acrescentou, defendendo que "as mulheres tenham acesso aos mesmos tipos de empregos que os homens".

O líder americano defendeu ainda a "liberdade religiosa" como "um ponto de honra" dos Estados Unidos, onde, garantiu, "nunca se lutará por causa das diferenças religiosas".

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