Trump critica os "profetas da destruição" e os alertas da crise climática
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, criticou nesta terça-feira os "profetas da destruição" que alertam para as sérias consequências das mudanças climáticas, num discurso diante de líderes políticos e económicos no Fórum Económico Mundial de Davos, na Suíça.
"Devemos rejeitar os eternos profetas da destruição e as suas previsões do apocalipse", disse Trump, poucas horas depois de Greta Thunberg, que também está em Davos, ter alertado que "nada tem sido feito" para combater o aquecimento global.
O presidente norte-americano frisou que previsões anteriores se tinham mostrado erradas, desde o excesso de população na década de 1960 ao "fim do petróleo" na de 1990. "Nunca permitiremos que socialistas radicais destruam a nossa economia", vincou, referindo-se aos seus adversários do Partido Democrata às eleições presidenciais de novembro.
Trump subiu ao palco logo após o presidente suíço ter proferido um discurso em que apelou ao mundo para cuidar do planeta e anunciou os Estados Unidos como "o principal produtor de petróleo e gás natural". A expansão da produção de petróleo, gás e carvão "teve tanto sucesso que os Estados Unidos não precisam de importar mais energia de países hostis", frisou. "Os nossos aliados europeus não precisam mais de ser vulneráveis se utilizarem o vasto fornecimento que os Estados Unidos garantem", acrescentou.
O Fórum Económico Mundial de Davos, na Suíça, começa esta terça-feira e deverá contar com cerca de 50 chefes de Estado e de Governo e quase três mil participantes. A 50.ª edição do fórum, que decorre até ao dia 24 de janeiro, tem entre as convidadas a ativista sueca Greta Thunberg, que será a principal oradora de um debate da luta contra as alterações climáticas.
Antes do início dos trabalhos, a jovem ativista recordou aos participantes do Fórum político e económico mundial que "praticamente ninguém fez nada" sobre o clima apesar da mobilização que se prolonga desde o ano passado.
"O clima e o ambiente são um assunto atual, mas na prática ninguém fez nada", disse Greta, frisando que as "emissões de carbono não diminuíram".
Entre os chefes de Estado e de Governo esperados em Davos encontram-se o vice-primeiro-ministro chinês Han Zheng, a chanceler alemã, Angela Merkel, o Presidente ucraniano, Volodomyr Zelensky, o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, e o primeiro-ministro do Paquistão, Imran Khan.
O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que regressou a Davos depois de ali ter estado em 2017, está acompanhado pela filha, Ivanka Trump, e pelo genro, Jared Kushner, ambos seus conselheiros. O secretário do Tesouro norte-americano, Steven Mnuchin, o ministro do Comércio, Wilbur Ross, e o representante para o Comércio, Robert Lighthizer, fazem também parte da delegação.
O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, não vai estar em Davos, mas o príncipe Carlos é esperado na conferência.
O chefe da diplomacia iraniana, Mohammad Javad Zarif, que inicialmente era aguardado, não vai participar nos debates, numa altura em que permanece a tensão entre os Estados Unidos e o Irão, após a crise provocada pela morte do general iraniano Qassem Soleimani, morto num ataque norte-americano. Também ausentes estarão os presidentes francês, Emmanuel Macron, e brasileiro, Jair Bolsonaro.
As empresas que estarão representadas neste evento através dos seus principais executivos geram cerca de 70% do volume de negócios a nível mundial.
Para este ano prevê-se a participação de quase três mil pessoas, entre as quais 600 oradores, tendo como tema um mundo coeso e sustentável através do designado "capitalismo participativo".