Toda a tensão do G7 no Instagram de Angela Merkel
Numa cimeira do G7 marcada pelo anúncio, feito dias antes, de que os EUA iriam passar a cobrar taxas aduaneiras nas importações de aço e alumínio até dos seus tradicionais aliados, tudo girou à volta da gestão das tensões entre os países mais ricos do mundo.
A BBC identificou a maior parte dos personagens de imagem partilhada por Angela Merkel no Instagram e descreve, um a um, como se têm relacionado com a decisão do Presidente norte-americano de penalizar fiscalmente as importações pelos EUA de aço e de alumínio.
A chanceler alemã legendou a fotografia no Instagram: "Dia dois da cimeira do G7 no Canadá: reunião espontânea entre duas sessões de trabalho".
1. Donald Trump - O Presidente dos EUA chocou os aliados da América - a UE, o México e o Canadá - quando anunciou recentemente uma tarifa de 25 por cento sobre as importações de aço e de 10 por cento sobre o alumínio desses países. Todos eles ameaçam com medidas de retaliação. O anúncio de Trump ofuscou a cimeira do G7, deixando o presidente americano ainda mais isolado. Trump respondeu que os EUA não podem ser "um mealheiro que toda a gente rouba". No entanto acrescentou ter um relacionamento perfeito com todos os líderes presentes na cimeira: "10 em 10". A reunião ainda decorre mas Trump já foi embora.
2. John Bolton - O conselheiro nacional de segurança da Administração Trump, nomeado há apenas três meses, apoiou com veemência as afirmações do Presidente do EUA segundo as quais as suas medidas de protecionismo económico se justificam também por "razões de segurança nacional.
3. Shinzo Abe - O chefe do governo japonês está sob crescente pressão para se juntar a medidas de retaliação contra as medidas de combate às importações anunciadas por Trump. Shinzo Abe está numa posição particularmente difícil porque sempre procurou cultivar uma relação calorosa com o atual inquilino da Casa Branca - com quem já se terá encontrado uma dezena de vezes.
4. Yasutoshi Nishimura - Deputado do Partido Democrático Liberal japonês, acompanhou Shinzo Abe à cimeira do G7, devido aos seus conhecimentos em comércio internacional (já deteve esta pasta no governo nipónico). Em 2009 candidatou-se à liderança do seu partido mas perdeu.
5. Angela Merkel - A chanceler alemã tem liderado as negociações para tentar resolver as divergências no interior da cimeira do G7, como aliás a foto parece claramente mostrar. Merkel terá sugerido a criação de um mecanismo para resolver disputas comerciais entre os EUA e seus aliados. Questionada sobre o seu relacionamento com o Presidente Trump, disse que os dois nem sempre concordam mas que podem conversar entre si: "Mantenho um relacionamento muito aberto e direto com o Presidente americano", disse, elegantemente.
6. Emmanuel Macron - Pouco antes de a cimeira se iniciar, o Presidente francês envolveu-se numa discussão no Twitter com Trump por causa das tarifas penalizadoras de importações que este anunciou. Essa disputa desencadeou especulações sobre se o "bromance" entre os dois terminara. As imagens do G7 mostraram, porém, que a relação entre Macron e Trump se mantém amistosa. O Presidente francês disse que as suas conversas com o Presidente dos EUA são "francas e robustas".
7. Theresa May - Num telefonema na semana passada, a primeira-ministra britânica disse diretamente ao Presidente Trump que as tarifas protecionistas por ele anunciadas eram "injustificadas e profundamente decepcionantes". Porém, na cimeira do G7 Theresa May adotou uma atitude mais conciliadora, incentivando os outros líderes a não alinharem numa guerra comercial com os EUA.
8. Larry Kudlow - O principal assessor económico do Presidente Trump defendeu as medidas protecionistas por este anunciadas e diz que seu chefe não deve ser responsabilizado pela criação de conflitos comerciais que venham a surgir entre os EUA e os seus aliados. No segundo dia da cimeira, Kudlow falou aos jornalistas, para apoiar ao apelo de Trump em defesa da eliminação de todas as tarifas entre os países do G7. Porque essa, explicou, é "a melhor maneira de promover o crescimento económico".