"Senti como se fosse um terramoto. As janelas abriram-se e os vidros estilhaçaram-se"

Segundo testemunhas no local, casas que ficam até dez quilómetros afastadas do local sofreram danos e as equipas de socorro não têm mãos a medir para encontrar centenas de pessoas que ficaram soterradas. Nas ruas há carros virados com as rodas para cima, soprados pela explosão. E as autoridades já apelaram às dádivas de sangue.
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Rania Masri vive a vários quilómetros do porto, onde ocorreu a maior das explosões que esta terça-feira abalaram Beirute, fazendo centenas de feridos e, segundo a Reuters, pelo menos dez mortos. Mas isso não a impediu de sentir e bem o abalo. "O apartamento tremeu na horizontal, e de repente senti como uma explosão e as janelas e a porta abriram-se. Os vidros estilhaçaram-se", conta à CNN esta residente da capital libanesa.

Segundo testemunhas no local, casas que ficam até dez quilómetros afastadas do local sofreram danos e as equipas de socorro não têm mãos a medir para encontrar centenas de pessoas que ficaram soterradas. Nas ruas há carros virados com as rodas para cima, soprados pela explosão. E as autoridades já apelaram às dádivas de sangue.

"O que senti foi como se fosse um terramoto", diz ainda Rania.

Também o correspondente da CNN em Beirute admite que "nunca senti nada assim". Ben Wedeman estava nas instalações da estação de televisão americana na capital libanesa quando os vidros de partiram e avistou a nuvem vermelha sobre a cidade. "Já ando por cá há algum tempo e já vi grandes explosões, mas esta foi maior".

Ao telefone com a BBC, Hadi Nasrallah conta como primeiro viu o fogo. "Mas não sabia que ia haver uma explosão. Fomos para dentro. De repente perdi a audição. Acho que estava demasiado perto. Perdi a audição durante uns segundos e percebi que algo estava errado".

Residente em Beirute, Nasrallah viu depois os vidros das janelas estilhaçarem-se. "Havia vidros por cima dos carros, nas lojas, nos edifícios. Havia vidros a cair de todas as partes do edifício". Habituados às explosões, desta vez uma coisa foi diferente. "Ficámos em choque porque quando isto acontece, geralmente é só numa zona, mas desta vez as pessoas começaram a ligar umas às outras e o cenário era o mesmo em toda a cidade".

De acordo com um alto funcionário da segurança libanesa, Abbas Ibrahim, a explosão terá ocorrido num armazém que continha material altamente explosivo que tinha sido confiscado há vários anos.

A zona do porto foi fechada pelas forças de segurança, que apenas deixam passar a defesa civil, ambulâncias e viaturas dos bombeiros.

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