Ex-presidente mexicano terá recebido suborno de 100 milhões de "El Chapo"
Testemunha no julgamento do narcotraficante mexicano Joaquin "El Chapo" Guzman afirmou que este pagou ao ex-presidente mexicano Enrique Peña Nieto subornos de 87,6 milhões de euros.
Uma testemunha no julgamento do narcotraficante mexicano Joaquin "El Chapo" Guzman afirmou na terça-feira que este pagou ao ex-presidente mexicano Enrique Peña Nieto subornos que terão ascendido a 100 milhões de dólares (87,6 milhões de euros).
É a primeira vez desde o início do julgamento em Nova Iorque, nos Estados Unidos da América, em novembro, que uma testemunha implica diretamente o antecessor de Andres Manuel Lopez Obrador.
"Guzman pagou subornos de 100 milhões de dólares ao presidente Peña Nieto?", perguntou Jeffrey Lichtman, advogado de defesa, à testemunha Alex Cifuentes. "É isso", respondeu Cifuentes, citado por vários jornalistas presentes na audiência, embora depois tenha dito não estar certo do montante exato.
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Este narcotraficante colombiano, colaborador próximo de Guzman desde 2007 até ter sido detido em novembro de 2013, agora colabora com a justiça americana.
Cifuentes confirmou assim publicamente um testemunho recolhido em janeiro de 2016 pelos investigadores norte-americanos, aos quais falou então daquele suborno.
Segundo Lichtman, na altura o colombiano disse que Peña Nieto tinha inicialmente exigido 250 milhões de dólares, mas que "El Chapo" tinha conseguido diminuir o montante para 100 milhões.
O julgamento estava inicialmente previsto para durar quatro meses, mas deve terminar antes desse prazo.
As autoridades americanas afirmam que "El Chapo", que arrisca a prisão perpétua, enviou para os Estados Unidos mais de 154 toneladas de cocaína entre 1989 e 2014, com um valor estimado em 14 mil milhões de dólares (cerca de 12 mil milhões de euros).