Terá a geração TikTok e K-pop roubado uma vitória a Trump?
A campanha de Donald Trump falava em mais de um milhão de pessoas registadas para participar no primeiro comício do presidente em tempos de covid-19, mas nas bancadas da arena do BOK Center, em Tulsa, no Oklahoma, havia muitos espaços vazios.
Um outro evento previsto no exterior do recinto, em que devia participar o vice-presidente norte-americano, Mike Pence, foi cancelado horas antes devido à baixa afluência.
A razão pode ter sido a campanha empreendida pelos jovens na rede social TikTok e por fãs dos grupos de música coreana K-pop. A campanha, que passou quase despercebida, implicava a inscrição (que era grátis) para participar no comício e não aparecer. Uma partida da nova geração ao presidente e candidato à reeleição.
Segundo o The New York Times, depois de a equipa de campanha de Trump ter pedido aos apoiantes do presidente que se registassem através do telemóvel, a 11 de junho, os fãs de K-pop começaram a partilhar a informação com os seguidores, encorajando-os a fazer isso mas a não aparecer.
Não é a primeira vez que os fãs de música coreana são chamados a uma ação política, tendo no início do mês inundado as redes sociais com vídeos para "calar" a hashtag racista "White Lives Matter" (as vidas brancas importam), que surgiu em resposta à "Black Lives Matter" (as vidas negras importam), que tem sido usada após a morte do afro-americano George Floyd às mãos de um polícia branco.
A ideia também ganhou força no TikTok, rede social de partilha de vídeos muito usada pelos jovens, apesar de segundo a CNN entre os que lançaram a ideia estar uma avó de 51 anos de Fort Dodge, Iowa.
"Todos os que querem ver este auditório de 19 mil lugares quase vazio vamos reservar bilhetes e deixá-lo lá sozinho no palco", indicou Mary Jo Laup aos mil seguidores no TikTok logo no dia 11. No dia seguinte, o vídeo já teria sido visto mais de dois milhões de vezes e tinha 700 mil "gosto", com Mary a acreditar ter dado origem a 17 mil inscrições.
Segundo o The New York Times, muitos utilizadores das redes sociais apagaram as suas mensagens 24 ou 48 horas depois, de forma a não levantar suspeitas para o que estavam a planear.
No Twitter, Trump partilhou imagens do comício em ângulos mais fechados, alegando que "a maioria silenciosa é ainda mais forte que nunca".