Supremo suspende nomeação de amigo de Bolsonaro para a polícia

O juiz Alexandre de Moraes alega que indicação de Alexandre Ramagem, íntimo da família presidencial, não observa "princípios constitucionais da impessoalidade, da moralidade e do interesse público"
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O Supremo Tribunal Federal (STF) suspendeu a nomeação de Alexandre Ramagem para a direção da polícia federal do Brasil.

Ramagem, indicado por Jair Bolsonaro para o cargo, em substituição de Maurício Valeixo, cuja exoneração levou à demissão do ministro da justiça Sergio Moro na sexta-feira passada, é amigo íntimo da família presidencial, sobretudo de Carlos Bolsonaro, cujo envolvimento criminoso na divulgação de fake news está a ser investigado pelo órgão.

Na decisão, o juiz do STF Alexandre de Moraes afirma que, em tese, pode ter ocorrido desvio de finalidade na escolha de Ramagem "em inobservância aos princípios constitucionais da impessoalidade, da moralidade e do interesse público", citando as acusações de Moro à data da demissão.

Moraes sublinha as afirmações do ex-ministro de que Bolsonaro queria "ter uma pessoa do contacto pessoal dele" no comando da polícia a quem pudesse ligar, colher informações, colher relatórios de inteligência".

O pedido de suspensão foi protocolado pelo PDT, partido de centro-esquerda a que pertence o ex-candidato presidencial Ciro Gomes, e tem caráter provisório.

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