Bélgica também expulsa diplomata russo
Bruxelas anuncia também que vai cumprir a decisão da NATO de expulsar sete outros funcionários
A Bélgica vai expulsar um diplomata russo e vai aplicar a decisão da NATO de expulsar sete outros funcionários, em reação ao envenenamento do ex-espião russo Serguei Skripal no Reino Unido, anunciou hoje o primeiro-ministro belga.
A expulsão de um membro do corpo diplomático da missão russa acreditada junto do reino da Bélgica "será transmitida ao embaixador russo dentro de 48 horas" e "a pessoa em questão terá 14 dias para deixar o território", disse Charles Michel, num comunicado.
Com este anúncio, a Bélgica é o 18.º membro da União Europeia a decidir expulsar diplomatas russos, além dos Estados Unidos, Canadá e outros países europeus e da NATO, como represália pelo alegado envenenamento com um gás neurotóxico do ex-espião russo Sergei Skripal e da sua filha, em Salisbury (sudoeste de Inglaterra), a 04 de março.
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"A Bélgica condenou desde logo o ataque e expressou a sua solidariedade à Grã-Bretanha, apelando para uma resposta coordenada a nível europeu", afirmou o chefe do Governo belga.
O primeiro-ministro belga precisa que a expulsão do diplomata da missão russa em Bruxelas foi decidida em concertação com os parceiros da União Europeia e da NATO, duas organizações internacionais cuja sede é em Bruxelas e das quais a Bélgica é membro.
"Dada a gravidade dos acontecimentos de Salisbury e a elevada probabilidade do envolvimento da Rússia neste ataque, consideramos esta medida plenamente justificada", acrescentou.
Apesar desta medida, Bruxelas disse continuar empenhada num "diálogo aberto e honesto" com Moscovo.
Além disso, o governante belga afirma que, "enquanto sede da NATO e conforme o acordo de sede que a vincula a esta instituição, a Bélgica aplicará lealmente as decisões tomadas" por esta organização.
Na terça-feira, o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, anunciou a retirada da acreditação a sete membros da missão russa junto da Aliança e a rejeição de três pedidos de acreditação.
O ex-espião duplo de origem russa Serguei Skripal, de 66 anos, e a sua filha Yulia, de 33 anos, foram encontrados inconscientes a 04 de março em Salisbury, no sul de Inglaterra, após terem sido envenenados com um componente químico que ataca o sistema nervoso.
O Reino Unido atribuiu o envenenamento à Rússia, que tem desmentido todas as acusações e exigido provas concretas sobre esta alegação.
Em 14 de março, Londres anunciou a expulsão de 23 diplomatas russos do território britânico e o congelamento das relações bilaterais, ao que Moscovo respondeu expulsando 23 diplomatas britânicos e suspendendo a atividade do British Council na Rússia.
Os Estados Unidos, cerca de vinte outros países - entre os quais 18 da União Europeia (UE) - e também a NATO decidiram desde segunda-feira a expulsão, no conjunto, de mais de uma centena de diplomatas russos dos seus territórios, em apoio ao Reino Unido.
Portugal é um dos poucos países da UE que não decidiu a expulsão de diplomatas russos, tendo o Governo português defendido que "a concertação no quadro da União Europeia é o instrumento mais eficaz para responder à gravidade da situação presente".