Sismo na Croácia. Hospital e jardim de infância desabaram

Petrinja, cidade próxima do epicentro, há relatos de pânico. Sobe para sete o número de mortos confirmados, mas muitas pessoas ainda se encontram debaixo dos escombros.
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Um forte sismo de magnitude 6,4, que durou cerca de 20 segundos, foi esta terça-feira sentido na Croácia, a cerca de 50 quilómetros a sudeste da capital Zagreb. Pelo menos, sete pessoas morreram, há registo de danos avultados, com vários edifícios destruídos em Petrinja, cidade próxima do epicentro, nomeadamente um hospital e um jardim-de-infância.

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Cerca de 20 mil pessoas vão passar a noite fora de casa por receio de eventuais réplicas do violento sismo, de acordo com a última informação provisória.

O Primeiro-Ministro croata, Andrej Plenkovic, confirmou o número de vítimas mortais mas advertiu que "existem provavelmente mais", na sequência do abalo que foi sentido em vários países vizinhos.

Enquanto prosseguem as buscas por sobreviventes entre os escombros, o responsável de gestão de crises da União Europeia, Janez Lenarcic, adiantou que já na quarta-feira devem chegar ao país tendas de campanha, camas, sacos-cama e contentores de abrigo para ajudar os desalojados.

"Não é seguro estar aqui, isso é claro como o dia", admitiu o Primeiro-Ministro, Plenkovic, ao explicar que as autoridades iriam instalar contentores para instalar as pessoas cujas habitações se encontram em risco.

O presidente do município de Petrinja, Darinko Dumbovic, confirmou à estação de televisão N1 que uma menina de 12 anos morreu e relatou um panorama de "pânico geral" em que "as pessoas procuram os seus entes queridos" no meio de toda a confusão.

"Com tristeza informamos das mortes de uma menina em Petrinja e de cinco rapazes em Majske Poljane", publicou inicialmente o Ministério do Interior croata na rede social Twitter.

Entretanto, segundo os últimos dados disponíveis, o número de mortos já subiu para seis, tendo sido registados mais de 20 feridos. Contudo, há ainda muitas pessoas a serem procuradas debaixo dos escombros

Em Zagreb registou-se uma falha no fornecimento de energia elétrica e nas ligações telefónicas, de acordo com a agência Ansa, tendo as autoridades locais pedido às pessoas para abandonarem as suas casas, uma vez que há vários prédios em risco de desabamento.

"Petrinja está em ruínas. Há mortos e feridos, há pessoas desaparecidas. Não há nenhuma casa que não tenha ficado danificada. As ambulâncias não podem chegar a todos os lugares. É um caos", afirmou Dumbovic, citado pelas agências internacionais.

Momentos antes de ter feito estas declarações, o autarca de Petrinja tinha avançado a outro 'media' croata que "os serviços de emergência estavam a começar a resgatar pessoas dos escombros" e que unidades do exército estavam já no terreno a ajudar nos trabalhos de resgate.

Imagens divulgadas de Petrinja, cidade que conta com cerca de 20 mil habitantes, mostram telhados destruídos e muito danificados, bem como ruas cheias de tijolos e de outros destroços.

Depois do sismo de hoje, sentiram-se duas réplicas, ambas com mais 4,0 de magnitude, segundo o Instituto Sismológico da Croácia.

Outras fontes, como foi o caso do Centro Sismológico Europeu-Mediterrâneo, atribuíram ao sismo de hoje uma magnitude entre 6,2 e 6,3 na escala de Richter.

O abalo foi sentido em toda a Croácia e também em grande parte da região dos Balcãs e da Europa Central, nomeadamente Viena, Munique, mas também no nordeste de Itália.

Ainda de acordo com a N1, um edifício na cidade de Petrinja, que já tinha sido fortemente atingido por um outro sismo ocorrido na segunda-feira, caiu em cima de um carro, que ficou soterrado, sendo que um homem estaria no interior.

O tremor de terra motivou ainda a suspensão do funcionamento de uma central nuclear na Eslovénia "por precaução", segundo disse uma porta-voz da central de Krsko à AFP.

O sismo de magnitude 6,4 na escala de Richter (segundo os valores do Serviço Geológico dos Estados Unidos -- USGS) que hoje atingiu a Croácia teve um particular impacto na cidade de Petrinja e em localidades vizinhas, onde muitos edifícios e casas ficaram danificados ou colapsaram.

"As vítimas estão nestas casas", afirmou Branka Mitic, a vice-presidente da câmara da cidade de Glina (próxima de Petrinja), em declarações à estação de televisão regional N1, enquanto mostrava os escombros de duas casas que desabaram na aldeia de Majske Poljane, nas imediações de Glina.

"Ainda estão a retirar pessoas dos escombros em Majske Poljane. Há muitos escombros e é possível que existam mais vítimas", disse a autarca.

A aldeia de Majske Poljane, que conta com cerca de 200 habitantes, está sem eletricidade e água potável.

Também Petrinja, cidade com cerca de 20 mil habitantes, está sem eletricidade.

A autarca pediu que seja fornecida ajuda a estas pessoas desalojadas, argumentando que estas não podem passar a noite ao relento e num lugar marcado pela destruição.

"Pedimos ajuda urgente. Precisamos de tudo: contentores de alojamento, mantas, comida, medicamentos, médicos, tudo", reforçou Branka Mitic.

De acordo com o USGS, o sismo de magnitude 6,4 foi registado às 12:19 (11:19 em Lisboa) a uma profundidade de 10 quilómetros.

O epicentro foi a cerca de 50 quilómetros a sudeste da capital da Croácia, Zagreb, a 2,9 quilómetros a sul-sudeste de Petrinja e a 8,7 quilómetros a sudoeste de Sisak.

Depois do sismo de hoje, sentiram-se duas réplicas, ambas com mais 4,0 de magnitude, segundo o Instituto Sismológico da Croácia.

Outras fontes, como foi o caso do Centro Sismológico Europeu-Mediterrâneo, atribuíram ao sismo de hoje uma magnitude entre 6,2 e 6,3 na escala de Richter.

A agência France-Presse (AFP) relatou hoje à tarde que muitos habitantes de Petrinja vão passar a noite ao relento por medo de possíveis réplicas.

O presidente da câmara de Petrinja, Darinko Dumbovic, declarou, entretanto, que os danos ainda estavam a ser avaliados.

"Estamos prontos a ajudar", reagiu, entretanto, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, através da rede social Twitter, perante a situação que está a atingir a Croácia, Estado-membro da União Europeia (UE) desde 2013.

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"Os nossos pensamentos estão com os feridos e com os socorristas", afirmou, por sua vez, o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel.

Com Lusa

Notícia atualizada às 00.55 horas de 30 de dezembro de 2020.

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