Sismo de 6,4 na Albânia é o pior dos últimos 30 anos. "É um momento dramático"

Vários edifícios desabaram, entre os quais um hotel de três andares em Durres, no pior sismo dos últimos 30 anos na Albânia. O número de mortos não para de aumentar. (Em atualização)

Pelo menos 21 pessoas morreram e 600 ficaram feridas na sequência de um sismo de magnitude 6,4 na escala de Richter que atingiu esta madrugada a Albânia, segundo dados oficiais fornecidos pelo Ministério da Defesa do país. Horas depois deste sismo foi registado um outro na Bósnia, de magnitude 5,4.

O Ministério da Saúde albanês informou, por sua vez, que mais de 600 pessoas ficaram feridas, nove delas em estado muito grave, na sequência do forte abalo que foi seguido por quatro réplicas.

A maioria das vítimas do terramoto na Albânia morreu quando os prédios onde estavam desabaram na sequência do terramoto.

Segundo a AP, pelo menos três prédios de apartamentos colapsaram na sequência do sismo, que ocorreu numa altura em que a maioria das pessoas estava a dormir.

As vítimas encontradas até agora pelas equipas de resgate estavam em Durres, uma cidade costeira localizada a 40 quilómetros da capital e que foi mais próxima do epicentro do sismo, mas também em Thumana e Kurbin, duas pequenas cidades ao norte de Tirana, disse a ministra da Defesa, Olta Xhacka.

Entre as vítimas mortais no terramoto na Albânia está um homem, de 50 anos, que morreu ao atirar-se de um prédio, em pânico, na cidade albanesa de Kurbin. Um outro perdeu o controlo do carro.

Uma menina de 10 anos foi encontrada sem vida sob os escombros de um prédio em Durres e um jovem de Thumana que acabara de sair da prisão.

A porta-voz do ministério da Defesa, Albana Qehajaj, disse que três corpos foram retirados de um prédio que desmoronou na cidade portuária de Durres, a 33 quilómetros da capital Tirana.

Três mortos foram registados em Durres, dois na cidade de Thumane, no norte, um em Kurbin e um em Lezhe.

Entre as vítimas mortais está uma mulher que conseguiu salvar o neto, cobrindo-o com o próprio corpo, refere a imprensa local.

"A situação é de uma dimensão tal que qualquer país teria dificuldade em enfrentá-la sozinho"

Segundo as autoridades de saúde da Albânia, cerca de 600 pessoas receberam assistência médica nos hospitais de Tirana, Durres, Kruja, Kurbin e Lezha, sendo que três estão em estado grave e um deles já foi operado.

As equipas de resgate conseguiram, até agora, resgatar 28 pessoas dos escombros.

A ministra da Defesa, Olta Xhacka apelou aos cidadãos para que não viajem nos seus carros particulares, para evitar bloquearem o tráfego e a passagem de ambulâncias.

A agência norte-americana Associated Press (AP) relatou que cerca de 400 elementos das forças militares albanesas estão a montar tendas em duas cidades do país para abrigar provisoriamente os desalojados.

Olta Xhacka indicou que os trabalhos de resgate estão a ser particularmente complicados, porque a remoção dos escombros está a ser realizada em prédios que ainda estão parcialmente de pé, mas em risco de colapso.

"A situação é de uma dimensão tal que qualquer país teria dificuldade em enfrentá-la sozinho", referiu Xhacka.

O presidente da Albânia, Ilir Meta, afirmou que a situação na cidade de Thumane, mais próxima do epicentro, é "muito dramática" e que estão a ser feitos todos os esforços para tirar as pessoas dos escombros.

O sismo foi sentido às 02:54 (01:54 em Lisboa) e os moradores de Tirana, em pânico, saíram às ruas, informou um correspondente da agência de notícias France-Presse.

O epicentro foi registado no Mar Adriático, a 34 quilómetros a noroeste da capital do país, Tirana, a uma profundidade de 10 quilómetros, de acordo com o Centro Sismológico Euro-Mediterrânico. "Os danos são consideráveis", disse o porta-voz do Ministério da Defesa, Albana Qajahaj.

De acordo com o ministro da Defesa, citado pela Reuters. refere que este é o pior sismo dos últimos 30 anos na Albânia.

"O teto desabou sobre a nossa cabeça. Não sei como escapamos. Deus ajudou-nos", disse à Reuters Marjana Gjoka, de 48 anos, que estava com quatro pessoas, entre as quais a sobrinha, de três anos, num apartamento de um prédio em Thumane. O edifício foi bastante danificado pelo sismo.

Em Tirana, foram várias as pessoas, muitas com bebés ao colo, que fugiram dos seus apartamentos após o terramoto.

Vários países oferecem ajuda

"É um momento dramático em que devemos manter a calma, estarmos juntos para lidar com esta situação", afirmou o primeiro-ministro albanês Edi Rama, que agradeceu aos países vizinhos, à União Europeia e aos EUA que se ofereceram para prestar auxílio nas operações de socorro.

Rama anunciou que forças de França, da Itália, da Grécia, da Sérvia, do Montenegro e de Kosovo se juntarão, em breve, às equipas locais.

Um hotel de três andares em Durres, uma das mais importantes cidades do país, desabou enquanto outro prédio no centro da cidade ficou seriamente danificado.

Pelo menos três prédios de apartamentos e a estação de distribuição de energia foram danificados em Thumane.

UE envia três equipas de busca e salvamento para a Albânia

O presidente do Parlamento Europeu, David Sassoli, já reagiu ao terramoto e nas redes sociais manifestou solidariedade com os albaneses. "A Europa está do vosso lado", afirmou o italiano, que partilhou no Facebook uma fotografia que mostra o momento em que uma criança é resgatada.

Em comunicado, a União Europeia (UE) fez saber que está "pronta para ajudar a Albânia", tendo já mobilizadas "três equipas de busca e salvamento" que irá enviar para ajudar as autoridades albanesas.

Este sismo com uma magnitude de 6,4 na escala de Richter foi seguido alguns minutos depois por várias réplicas, com magnitudes entre os 4,8 e os 5,4.

Entretanto, o Governo de Tirana declarou quarta-feira um dia de luto nacional, referiu que as bandeiras serão colocadas a meia haste em memórias das vítimas e decretou o encerramento das escolas.

O vizinho Kosovo, com maioria de população albanesa, também decretou um dia de luto para quarta-feira.

A federação albanesa de futebol também cancelou todos os jogos previstos para esta semana.

atualizado às 19.30

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