Comissão da ONU identifica 25 ataques químicos desde 2011
A Comissão de investigação da ONU sobre crimes cometidos na Síria conseguiu investigar e documentar, entre 2013 e princípios de abril, 25 ataques com armas químicas, tendo conhecimento da existência de outros que não teve possibilidade de revelar publicamente.
Fontes da ONU citadas pela agência noticiosa EFE referiram que não se trata de uma lista exaustiva dos ataques químicos que ocorreram na Síria desde o início do conflito, há mais de seis anos.
A lista enuncia apenas os incidentes com este tipo de armas que a Comissão de investigação teve capacidade para investigar e que cumprem em simultâneo o padrão de provas exigido e que permite a sua divulgação pública.
A lista de ataques com armas químicas da Comissão ainda não inclui o último e presumível ataque com armas químicas à cidade rebelde de Khan Sheikhoun, na província síria de Idleb, com um balanço de 84 mortos e 546 feridos, segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS).
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No entanto, a Comissão disse na semana passada que estava a investigar as circunstâncias do ataque, e considerou "imperativo" que sejam julgados os autores deste presumível "crime de guerra", como foi qualificado pelo organismo multilateral.
Uma equipa da Organização para a proibição de armas químicas (OPAQ) encontra-se atualmente na Síria para investigar o ataque.
Os ataques incluídos na lista da Comissão de investigação sobre a Síria, estabelecida em agosto de 2011 pelo Conselho de direitos humanos da ONU, são os que se produziram em 19 de março de 2013 em Khan al-Asal (Alepo) e Uteibah (Damasco). O último que é enumerado ocorreu em 30 de janeiro de 2017 em Ghouta oriental.
No primeiro caso, os autores deste ataque são descritos como "desconhecidos", e o segundo é atribuído às forças do exército sírio.
Num total de 25 ataques com armas químicas recolhidos pela Comissão até 07 de abril, 19 são apontados às forças governamentais e seis de autoria desconhecida.
Nos ataques foi utilizado gás cloro ou gás 'sarin', de acordo com as circunstâncias descritas pela Comissão nos casos em que não consegui especificar de acordo com os padrões estabelecidos.
A Comissão possui mandato para investigar todas as supostas violações dos direitos humanos que ocorreram na Síria desde março de 2011 e estabelecer os factos e circunstâncias dos abusos e crimes cometidos onde possa identificar os responsáveis para futuros e eventuais processos judiciais.
O alto comissário da ONU para os direitos humanos, Zeid Ra'ad al Hussein e o seu gabinete estão envolvidos na formação de um mecanismo internacional, imparcial e independente, que trabalhará com a Comissão de investigação para "reunir e analisar provas e preparar relatórios detalhados de indivíduos suspeitos para conceber a base de processos penais".