"Queimam casas, matam pessoas, decepam cabeças." Bispo de Pemba lança SOS
"O que a população está a passar é uma coisa inominável, muito difícil mesmo", diz o Bispo de Pemba, que a partir do teatro de guerra dá a voz por uma população que foge das suas aldeias e procura abrigo em centros urbanos, passando dias no mato, sem saber onde se esconder. D. Luíz Fernando Lisboa pediu a todos os missionários e feiras que abandonassem a região, tendo ele ficado para coordenar a ajuda humanitária e dar voz à denúncia.
D. Luíz lança ao mundo um apelo para que se reforce a ajuda humanitária e a solidariedade internacional. O "medo", esse, comanda a vida em Cabo Delgado.
Os ataques tiveram início há cerca de dois anos e meio, mas ultimamente ganham ritmo e dimensão assustadores, com "vários ataques em simultâneo", em aldeias distantes umas das outras, "o que dificulta ainda mais" a ação da polícia e dos militares moçambicanos, explica D. Luíz.
"Desde o começo", a violência dos ataques praticados pelos grupos armados, de cara tapada, demonstra que, mais do que conquistar território, pela força das armas, estes homens de cara tapada lançam o pânico, com o objetivo de fazer com que as pessoas fujam e abandonem as aldeias onde vivem. Desde os primeiros ataques, o padrão é o mesmo: "Queimar casas, matar pessoas e decepar as cabeças".