A PGR do Brasil acusou hoje o ex-ministro Geddel Vieira Lima e o irmão e deputado Lúcio Vieira Lima, de serem os donos de 51 milhões de reais (13,3 milhões de euros) encontrados num apartamento em Salvador..O dinheiro, que segundo a Justiça brasileira é comprovadamente fruto de práticas criminosas como corrupção passiva e peculato, foi descoberto em malas e caixas durante a operação Tesouro Perdido realizada em setembro passado.."Segundo a denúncia [acusação], de 2010 até 05 de setembro deste ano, a família Vieira Lima cometeu crimes de ocultação da origem, localização, disposição, movimentação e propriedade das cifras milionárias em dinheiro vivo", reforça a Procuradoria brasileira num comunicado.."Até janeiro do ano passado, o dinheiro ficou escondido em um armário na casa de Marluce Vieira Lima. Após essa data, o montante de 42 milhões de reais (10,9 milhões de euros) e cerca de 2,5 milhões de dólares (2,1 milhões de euros) foi transferido em malas e caixas para um apartamento no bairro da Graça, em Salvador", descreve-se no comunicado..Na acusação enviada ao Supremo Tribunal Federal (STF), a procuradora-geral da República do Brasil, Raquel Dodge, sustenta que o dinheiro encontrado era daqueles dois políticos e que sua apreensão foi um capítulo complementar a vários fatos investigados nas operações Lava Jato, Sépsius e Cui Bono..Além deste processo, a procuradora-geral pediu ao STF a instauração de novo inquérito para investigar se a família Vieira Lima se apropriou de valores pagos pela Câmara dos Deputados (câmara baixa parlamentar) a secretários vinculados ao gabinete de Lúcio Vieira Lima..Também foram acusados hoje a mãe dos dois políticos, Marluce Vieira Lima, os ex-secretários parlamentares, Job Ribeiro Brandão e Gustavo Pedreira do Couto Ferraz e o empresário Luiz Fernando Machado da Costa Filho.