Passaporte britânico pós-Brexit foi desenhado em França e é feito na Polónia
A ministra do Interior britânica, Priti Patel, apresentou no sábado os novos passaportes britânicos que vão começar a ser emitidos em março e que recuperam a cor azul que tinham antes de 1988, quando o Reino Unido se juntou aos aliados da União Europeia e adotou os da cor de vinho. O irónico é que o novo documento foi desenhado pela empresa franco-holandesa Gemalt e é fabricado na Polónia. Contudo, os detalhes pessoais dos detentores do documento serão colocados só no Reino Unido.
Na apresentação, Patel mostrou-se animada por "o passaporte britânico estar mais uma vez entrelaçado com a identidade nacional" do Reino Unido. A ministra disse que o Brexit deu ao país "uma oportunidade única para forjar um novo caminho no mundo" e permitir o regresso ao "icónico desenho azul e dourado".
Mas adversários do Brexit lembraram a ironia da situação. "Eu até gosto novo passaporte britânico desenhado em França e impresso na Polónia. É claro que o anterior -- que permitia que os britânicos pudessem trabalhar, estudar e reformar-se livremente no seu próprio continente --era provavelmente mais útil. Mas é bonito. E o azul e dourado vão bem juntos", escreveu no Twitter o ex-eurodeputado trabalhista Seb Dance, acrescentando uma imagem da bandeira europeia.
A Gemalto ganhou há dois anos o concurso no valor de 260 milhões de libras para desenhar os novos passaportes, derrotando a empresa britânica De La Rue (que era 120 milhões de libras mais caro). O contrato é para a próxima década e terá resultado na perda de 170 empregos no Reino Unido -- na altura a deputada Patel considerou a decisão "vergonhosa" e "perversa". Os passaportes vão ser fabricados numa fábrica em Tczew, na Polónia.