"Orgia de confinamento" em Bruxelas. Um eurodeputado e diplomatas identificados
Uma "orgia de confinamento", realizada no centro de Bruxelas,, no bairro gay de Bruxelas, foi denunciada pelos vizinhos do bar em que decorreu. Duas pessoas alegaram imunidade diplomática e um eurodeputado ficou ferido ao tentar fugir do local.
Em pleno confinamento, por volta das 21.30 de sábado, a polícia da capital belga recebeu queixas de ruído durante a noite e de potenciais violações das medidas relacionadas com a pandemia da covid-19.
Estabelecimentos como bares e restaurantes estão encerrados na Bélgica até 15 de janeiro. O máximo de contactos sociais permitidos em conjunto é de 4, na rua, e guardada a distância de 1,5 metros. Além do mais, está em vigor um recolher obrigatório entre as 22.00 e as 6.00. Em todas estas situações o grupo estaria a prevaricar.
Segundo a Dernière Heure (DH), os acontecimentos envolveram cerca de 25 pessoas, as quais terão sido encontradas nuas pelas autoridades. Duas invocaram imunidade diplomática durante o controlo policial.
Um transeunte comunicou à polícia ter visto um homem a fugir através de uma caleira. A Polícia encontrou-o com mãos a sangrar e estupefacientes na sua mochila. Levado para sua casa, identificou-se com um passaporte diplomático, e invocou imunidade, segundo informou o Ministério Público de Bruxelas na terça-feira.
O homem em fuga da orgia é József Szájer, um eurodeputado húngaro do partido da (extrema-)direita Fidesz, do primeiro-ministro Viktor Orbán, e do grupo PPE de centro-direita.
Depois de ter anunciado a sua demissão de deputado em Bruxelas por "razões pessoais", no domingo, Szájer, que cumpria o seu quarto mandato em Bruxelas e Estrasburgo, admitiu agora ter estado na festa de um estabelecimento não longe da Grand Place.
"Estive presente naquela festa em Bruxelas. Eu não consumi drogas, ofereci-me para fazer um teste perante a polícia no local, mas não o fizeram. A polícia disse que tinha sido encontrado um comprimido de ecstasy. Não tive nada a ver com essa pílula; não sei quem a plantou nem como. Fiz uma declaração à polícia sobre o assunto. Lamento ter quebrado as regras de reunião, foi irresponsável da minha parte e vou aceitar a punição por isso", escreveu o húngaro que pertence a um partido que se opõe à igualdade de direitos para as minorias sexuais.
Os presentes foram identificados pela polícia e estão sujeitos a uma multa no valor de 250 euros, segundo o The Guardian.
A imunidade invocada por Szájer está apenas relacionada com as suas atividades enquanto deputado, pelo que está sujeito a um inquérito relacionado com a posse de drogas.