O polémico filósofo britânico Roger Scruton morre aos 75 anos
Autor de diversos livros sobre estética, filosofia e política, Roger Scruton era um dos mais prolixos, e polémicos, pensadores britânicos. Professor universitário entre os anos 1970 e os anos 1990, no Birkbeck College, da Universidade de Londres, era chairman da comissão governamental "Building Better, Building Beautiful", foi armado cavaleiro em 2016 pelos seus serviços à filosofia, ao ensino e à educação pública e em 2018 foi nomeado conselheiro governamental, cargo que ocupou por pouco tempo, devido a afirmações consideradas racistas e islamofóbicas, que levaram à sua demissão.
Afirmando-se vítima de uma verdadeira caça às bruxas, segundo o jornal The Guardian, viu Boris Johnson e Jeremy Hunt saírem em sua defesa e pedirem o seu regresso ao cargo. A revista News Statesman, que publicou a entrevista que deu origem à polémica, acabaria por retratar-se, reconhecendo que as afirmações foram retiradas de contexto. Mas Scruton não chegaria a reassumir o lugar. O cancro venceu-o antes.
De acordo com o jornal inglês, entre as reações destacam-se a do membro do Parlamento Europeu pelos conservadores, Daniel Hannan: "Muito más notícias. O Professor Sir Roger Scruton, o maior conservador da nossa época, morreu. O país perdeu uma inteligência imponente. Eu perdi um amigo maravilhoso." Já Robert Jenrick, secretário de Estado da Habitação, Comunidades e Governo Local, disse: "Profundamente triste ao saber da morte de Sir Roger Scruton. O seu trabalho na comissão 'Building Better, Building Beautiful', apresentado recentemente ao meu gabinete, vai prosseguir e será parte do seu extraordinariamente rico legado."