O bebé Trump já voa nos céus de Londres em dia de protestos
"Estamos a tentar lembrar ao presidente [americano] o quanto ele não é bem-vindo ao nosso país", afirmou à Reuters Leo Murray, o co-criador do bebé Trump, um boneco insuflável à imagem do presidente dos EUA.
O bebé Trump promete ser a estrela dos protestos previstos para o segundo dia da visita de Estado do presidente americano ao Reino Unido. A manhã começou com os manifestantes a encherem o boneco, ao qual não falta o cabelo amarelo que se tornou imagem de marca do milionário e uma fralda preso por um alfinete-de-ama em frente ao Parlamento em Londres.
Milhares de manifestantes são esperados hoje nas ruas da capital britânica em protesto contra a visita e as políticas de Trump. O líder do Partido Trabalhista, Jeremy Corbyn, deverá juntar-se ao protesto "em solidariedade com aqueles que ele atacou na América, no mundo e no nosso país".
A polícia e outras forças de segurança britânicas montaram uma enorme operação que obrigou a encerrar várias estradas e impede os manifestantes de protestarem e frente a Downing Street, onde fica a residência da ainda primeira-ministra Theresa May (incapaz de fazer aprovar o seu plano para o Brexit, a líder dos conservadores já anunciou que deixa o cargo no dia 7). May recebe hoje Trump no número 10 de Downing Street, num dia de encontros políticos para o presidente americano.
O primeiro dia de visita ficou marcado pelo encontro com Isabel II, que recebeu Trump no palácio de Buckingham. O presidente americano foi recebido com 82 salvas de canhão à chegada ao Palácio para um almoço com a rainha. E a segunda-feira terminou com um banquete de Estado.
O Air Force One aterrou no aeroporto de Stansted pouco depois das 09.00 de segunda-feira, com o presidente e a primeira-dama, Melania, a seguirem de helicóptero para a residência oficial do embaixador dos EUA no Reino Unido, onde ficarão alojados durante os três dias de visita de Estado.
Apesar dos protestos previstos para hoje, Trump já veio dizer no Twitter que ainda não viu manifestantes.
Ainda antes de chegar a solo britânico, já Trump tinha causado polémica. Mais uma vez foi no Twitter que critou o presidente da Câmara de Londres, Sadiq Khan, pela sua atitude "desagradável" em relação à visita do chefe de Estado norte-americano ao Reino Unido.
Khan tinha afirmado que o país não deveria "estender a passadeira vermelha" a Donald Trump. O mayor de Londres também disse publicamente que a primeira-ministra deveria dizer ao presidente que ele "está errado numa série de assuntos", tais como as suas opiniões sobre as mulheres e sobre os imigrantes.
Em resposta, Trump afirmou ainda que Sadiq "tem feito um péssimo trabalho como mayor de Londres". "Ele é um falhado e deveria concentrar-se em combater o crime em Londres em vez de se focar em mim...", escreveu Trump. Além disso, lembrou que os EUA são "de longe o aliado mais importante do Reino Unido".
Noutro tweet, Trump comparou Khan ao "muito burro e incompetente mayor de Nova Iorque", Bill de Blasio, "que também fez um trabalho terrível".
Um porta-voz de Khan respondeu entretanto aos ataques de Trump, dizendo que as mensagens que o presidente partilhou nas redes sociais são "mais sérias do que insultos infantis". E acrescentou: "Sadiq representa os valores progressistas de Londres e do nosso país, avisando que Trump é o exemplo mais notório de uma crescente ameaça de extrema-direita em todo o mundo, que está a pôr em risco os valores básicos que definiram as nossas democracias liberais durante mais de 70 anos."
A troca de insultos entre Khan e Trump não é de agora. Já em 2016 Trump desafiou Khan a fazer um teste de inteligência depois de o inglês ter dito que as opiniões de Donald Trump sobre o islão eram de um "ignorante". Entre outras trocas de palavras menos simpáticas.