Nissan encerra fábrica de Barcelona e deixa 3 mil no desemprego

O governo espanhol lamenta a decisão e propôs à multinacional japonesa a criação de um grupo de trabalho para encontrar alternativas. Os trabalhadores protestam contra o fecho da fábrica.
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A construtora de automóveis japonesa Nissan informou esta quinta-feira o Governo espanhol que vai encerrar a sua fábrica de Barcelona, que emprega 3.000 pessoas, decisão que Madrid "lamenta", segundo comunicado do Ministério da Indústria de Espanha. Vários trabalhadores reuniram-se em frente às instalações da fábrica para protestar contra o seu fecho.

O executivo espanhol insiste que a continuidade da fábrica de Barcelona, que emprega diretamente cerca de 3.000 pessoas e indiretamente mais 30.000, faz sentido económico para a Nissan Motor, "sendo mais rentável investir do que assumir o custo do encerramento, que poderá ultrapassar os 1.000 milhões de euros".

Madrid propôs à presidência da multinacional japonesa a criação de um grupo de trabalho para procurar alternativas ao fecho da fábrica.

O Ministério da Indústria espanhol defende que a continuidade da fábrica de Barcelona é possível através do plano de viabilidade apresentado há alguns meses à presidência da Nissan e preparado conjuntamente com o Governo regional da Catalunha e ainda com a Câmara Municipal de Barcelona.

"A fábrica de Barcelona é de natureza estratégica, uma vez que a saída de Barcelona e de Espanha significa abandonar a União Europeia, com o consequente custo de reputação num mercado de mais de 500 milhões de pessoas", acrescenta o comunicado.

Vendas globais da Nissan Motor caíram 41,6% em abril

Madrid assinala que, uma vez conhecida a decisão, que lhe foi comunicada oficialmente esta manhã, terá início um período de negociações em que serão estabelecidos os termos e condições do processo.

Assim, o Governo espanhol vai convocar nos próximos dias o executivo regional, a Câmara Municipal de Barcelona e as centrais sindicais para analisar conjuntamente a situação e estudar os diferentes cenários para o futuro.

As vendas globais da Nissan Motor caíram 41,6% em abril, em relação a igual período do ano passado, e nos primeiros quatro meses do ano acumula uma redução de 31,1%, anunciou esta quinta-feira a construtora.

Tal como outras empresas do setor, a Nissan Motor ressentiu-se esta ano pela queda da procura global de veículos por causa dos efeitos da pandemia do novo coronavírus que obrigou à suspensão da produção em muitas fábricas da companhia.

Os dados são difundidos no mesmo dia em que a Nissan deve divulgar os resultados do ano fiscal que terminou no passado mês de março e que prevê resultados negativos em relação ao balanço operativo, pela primeira vez em 11 anos.

Em abril, a Nissan registava a venda de 217.624 veículos.

A República Popular da China foi o primeiro país a comprar veículos Nissan, em abril: 122.846, correspondendo um aumento de 1,1% em relação ao mesmo período de 2019.

Em segundo lugar ficaram os Estados Unidos com 46.287 unidades (-51,6%).

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